Falo

Inesperada e metálica
Vem como uma surpresa

Insinuante, tua voz surge num gemido
Vem longe, num grunhido sofrido
Vem súplica mais que um pedido

Imagino teus modos, seus gestos
Seus dedos a explorar teus pelos
Abrindo lábios, a agitar o grelo

Faz erguer crescer, faz-me endurecer
Mostrar apreço ao teu íntimo tato
Obsceno rito, teu devasso ato

A vara pulsa no mais puto desejo
Latente, machuca... lateja
Assoma, ergue imponente
Robusto inda mais veemente

Desnudo, descubro, duro e pujante
A imatura virilidade dum macho
Um aço fincado flamante e fervente
E na ponta, a estilosa glande sinuosa
a verter líquido, o ungido prazer

Tua voz incendeia a mente
Doma num modo indecente
Torno um escravo do viril fato

Faço... afago o ardente falo
Agito!! Domado pelo quente aço
Intenso, almejo teus famintos modos
Sonho, sofro vigoroso querer... você
Penetrar me afundar, estar, no teu ser

Sem mais poder, só resta fantasiar
regar tuas formas, molhar os teus bicos
Untar seus beiços, escrever nos seus pelos
em leitosas e perfumadas letras
Amo... você!