Saudade, Tesão e Movimento - Ato 01

Informação da História
The first act of an ancient romance and an improbable one.
1.2k palavras
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Parte 1 da série de 3 partes

Atualizada 08/25/2023
Criada 05/10/2023
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Ato 1 - Saudade

As malas estavam na porta. Realizaram uma última checagem no apartamento antes de iniciarem a viagem de fim de semana. Lívia e Rodrigo finalmente conseguiram conciliar três dias de folga e decidiram passar um fim de semana numa pousada na região serrana. Eram tempos difíceis pois as rotinas de trabalho eram exaustivas. Assim, escolheram um local bem longe do frenesi urbano, de preferência com limitações de conexão à internet. Após Rodrigo fechar a porta do banheiro, ambos saíram do apartamento com suas malas e entraram no elevador. Desceram até a garagem do prédio e, após arrumarem as malas no carro, partiram em direção ao chalé escolhido pelo casal.

Durante a viagem, o casal conversava, animado, sobre o que poderiam fazer no local escolhido. Quando a duração do percurso completou duas horas, Lívia adormeceu no banco do carona, pois já não queria mais comandar o sistema de som do carro e também, o trajeto lhe dava sono. Rodrigo então pôs-se a mexer um pouco no celular, mesmo no volante. Dividia a atenção entre a estrada vazia e o possível despertar da Lívia enquanto via os perfis sociais de seu círculo de amizade, num misto de curiosidade e irresponsabilidade ao trânsito. Rodrigo então viu algo que chamou a sua atenção: Sua amiga, Louise, acabara de postar uma foto em frente a uma pousada que já lhe era familiar: era o mesmo local que estavam a caminho. Não demorou muito para usar o único dedo livre para digitar algumas palavras na conversa privada com Louise e dizer que iam ao mesmo local.

Lívia se remexeu um pouco no banco, mas Rodrigo bloqueou o seu celular como se estivesse marcando um encontro às escuras. Colocou o seu celular no bolso, e prosseguiu com a viagem. Porém, num movimento quase inconsciente, posicionava a sua mão diversas vezes no bolso onde o seu celular estava guardado. Era uma espécie de reação natural a qualquer vibração (ou que parecesse ser), e isso o deixava ansioso. Era como dar um passo a algo que não poderia retornar, e para isso, deveria arcar com todas as consequências deste ato dali em diante. Mas era apenas uma mensagem, não era? Durante as curvas da estrada que seu carro percorria de forma rápida, Rodrigo refletia sobre isso. Livia então despertou, e perguntou se estavam chegando perto do destino.

-Amor, daqui a uns 30 minutos, conforme o aplicativo indica- disse Rodrigo.

-Então vou tirar mais um cochilo, tá? Você quer trocar?

-Não amor, pode descansar, não se preocupa.

De fato, Rodrigo gostava de dirigir por longas distâncias, desde que não sofresse com os constantes engarrafamentos na caótica zona urbana. Afinal, já haviam passado três horas em que ele tinha passado a quinta marcha do carro e não mexeu mais na embreagem. Sentia uma sensação boa, pois a vida era generosa com ele. Sua companheira o confiava para compartilhar a vida. Tinha um bom emprego, que pudesse lhe dar certo conforto e uma vida menos estressante. Conseguia sair para restaurantes e pequenas escapadas, como essa.

Então por que se sentia, de certa forma culpado, por apenas mandar uma mensagem para uma amiga? O conteúdo era inocente e amigável, então qual o motivo para cobrar? Ao mesmo tempo que Rodrigo montava um tribunal de acusação em sua mente, também fazia a sua defesa. O julgamento chegou ao fim quando Lívia lhe deu um beijo na bochecha, e se espreguiçou no banco. Já tinham saído da estrada, e o carro serpenteava as ruas, agora mais estreitas, para acessar a pousada escolhida. Passaram pelo arco de entrada, que tinha uma placa com o nome do local entalhado na madeira e uma porteira aberta.

Estacionaram o carro próximo a recepção. Rodrigo se adiantou para que pudessem fazer o check-in mais rápido e assim pegar a chave do chalé. Enquanto dava as informações da reserva, sentiu um leve toque em seu ombro esquerdo. A princípio, achou que era Livia, mas quando girou o corpo Louise erguia os braços e o abraçava, bem forte. Por um breve momento Rodrigo olhou para a porta da recepção na esperança de que Lívia não aparecesse enquanto aquele abraço ocorria. Louise pediu desculpas por não responder porque o sinal na área da pousada é muito ruim, e que apenas em certos pontos que a conexão funciona.

-Só nos chalés que temos uma conexão um pouco melhor, o resto é só na base da fé mesmo.

Enquanto Rodrigo aguardava a atendente lhe entregar as chaves, Louise o atualizava das atividades da pousada, de forma animada, pois finalmente haviam chegado pessoas da mesma idade que ela e seu namorado.

-E qual o nome dele mesmo, Louise? -- Perguntou Rodrigo.

- LUCAS? -- Uma voz rasgou a recepção.

Todos se viraram para a cena: um homem que tinha acabado de sair do banheiro e ia em direção a Louise parou no meio do hall da recepção. Virou-se e viu Lívia na porta com as malas que trazia.

-Olha Rodrigo, não sabia que sua namorada conhecia o meu namorado.

-E nem eu - disse um Rodrigo surpreso com o tom de voz de Lívia.

Lívia não percebeu como falou alto ao enxergar o rosto de Lucas. E Lucas, não sabia como reagir quando viu aquela mulher parada na porta da recepção. O tom de voz de Lívia foi além da surpresa: se a vibração de sua voz fosse uma ferramenta, seria um martelo que quebrou toda a sua compostura. Foi algo que não deu para esconder, simplesmente saiu. Ao mesmo tempo, as pernas de Lucas estavam imóveis, como se mafiosos tivessem enchido de cimento os seus sapatos e sido condenado e ficar parado ali, olhando para Lívia.

Louise então se aproximou de Lucas, e isso o fez voltar a respirar novamente. A atendente deu o cartão de acesso ao chalé de Rodrigo, e o mesmo voltou para a estátua que se postava ao lado de suas malas. Os quatro se encontraram no hall, e Rodrigo apresentou a Louise e foi apresentado ao Lucas. Naturalmente, era de se esperar que Lucas e Lívia se abraçassem. E assim fizeram. E no momento em que a jaqueta de Lucas encostou no casaco de malha fina de Lívia, a mistura de amaciante com perfume inundou os dois. Enquanto abriam a boca para falar cordialidades corriqueiras como "nossa, como você tá" ou "você está bem", numa manobra automática feita pelo lobo frontal de cada cabeça, o olfato, o contato e as lembranças vieram como uma avalanche.

Ambos queriam continuar naquele abraço cheiroso e gostoso, mas precisavam respeitar o limite de 4 segundos aceitáveis socialmente, dentro daquele contexto em que se encontravam. Sim, precisavam. Mas queriam? Se separaram do abraço e os quatro combinaram de se encontrar mais tarde, em um evento noturno que a pousada havia programado. "Roda de samba", Louise mencionou, mexendo as mãos como se tivesse um pandeiro no ar. Lívia e Rodrigo se acomodaram no chalé deles, e enquanto Rodrigo desmontava as malas no armário do quarto, Lívia pegou o celular e disse que comunicaria à sua mãe que havia chegado. E de fato Lívia fez. Mas logo depois entrou no perfil social de Lucas e enviou uma mensagem no perfil privado.

E isso era apenas sexta. O fim de semana estava prestes a começar.

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