Su e Jorge - 01. Bendita Chantagem

Informação da História
Nenhum dos dois estava disposto a desistir do outro!
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Este relato é uma situação fictícia, fruto da imaginação do autor e não está inspirado em factos reais conhecidos.

Trata de amor carnal entre tia e sobrinho, com descrições explícitas. Se é um tema que o(a) choca, este é o momento de saír...

Trata-se de uma situação que ocorre em 2015, no seio de uma família portuguesa com um bom nível económico e cultural, mas com uma atitude profundamente conservadora e retrógrada, que se nota até no tratamento entre os vários elementos da mesma.

Era mais ou menos assim a família do autor, na segunda metade do século XX.

Qualquer atitude ou frase pouco ortodoxa, era falta de educação e de respeito, nada de tratamentos por tu... Um horror! Portanto não é irrealista nem absurda, a forma como os personagens são apresentados e como atuam entre si.

Hoje isso já é raro, mas ainda existe.

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"Olá Jorge." Susana sorria e dirigiu-se a mim para dar-me um beijo.

"Não quero beijos seus! Afaste-se de mim."

"Que se passa Jorge? Que é que eu te fiz? Porque estás zangado?"

"Zangado? Quem vai ficar muito zangada é a avó Justa. Consigo!" Disse eu com ar muito grave.

"Que... Que queres dizer com isso?" Susana estava intranquila.

"Uma vergonha!" Eu agora quase gritava. "Um atentado à minha privacidade! Com que direito se põe a espiar-me quando me ducho?"

"Estás louco? Jamais faria uma coisa assim. Este rapaz é parvo!" Susana estava apavorada e reagiu da pior maneira.

"Parvo? Esta noite venha ao meu quarto às dezanove horas! Vou mostrar-lhe umas coisas interessantes e já veremos quem é o parvo... Ou a parva. Quero falar consigo antes da chegada da minha mãe. Como não apareça até às dezanove e trinta, vou a casa da avó Justa mostrar-lhe... Certas coisas. Como sabe muito melhor do que eu, ela não é para brincadeiras."

"Mas o que é que..." Cortei-a em seco.

"Cale-se e tenha um pouco de vergonha! Já sabe que foi apanhada com a boca na botija. Não tente negar o evidente. Já sabe. Dezanove horas."

"Mas Jorge..."

Já não terminou a frase, porque eu virei-lhe as costas e saí da sala.

Susana é minha tia, tem trinta e quatro anos e eu vinte, recém-feitos.

É licenciada em farmácia, tinha ficado viúva e estava com uma licença ilimitada, para recuperar-se de uma forte crise nervosa.

Por sugestão de Luisa, a minha mãe, mudara-se para a nossa casa por uma temporada. Já levava quatro meses connosco.

Habituada pelo marido a uma variada e intensa atividade sexual, estava completamente descontrolada e necessitada de... Afeto.

De vez em quando, espreitava-me no duche e masturbava-se, fascinada com o meu bem trabalhado corpo e com o meu bem dotado membro. Considera-me um verdadeiro Adonis e adorava ver-me masturbar no duche. Achava que com isso não prejudicava ninguém e satisfazia-se, masturbando-se inspirada pelo espetáculo.

Estava convencidíssima que era impossível que eu a tivesse visto espiar-me.

Às dezanove e dez, conseguiu coragem e bateu à porta do meu quarto.

"Entre e feche a porta." Ela hesitou. "Faça o que eu lhe digo!"

Achou que o meu imperativo tom de voz não era nada tranquilizador e obedeceu-me.

Estava assustada, porque não estava ninguém mais em casa.

"Sente-se em frente do monitor."

Susana, visivelmente assustada, obedeceu.

Vi com satisfação que a tinha totalmente sob controle.

"Veja isto."

Mostrei-lhe várias fotos em papel.

Susana sentiu o sangue a gelar-lhe nas veias.

"Co... Como...?"

"Como as obtive? Isso não importa. A evidência está aí"

Acendi o computador.

Eu tinha montado duas câmaras ocultas e com elas tinha filmado as cenas que ia agora mostrar-lhe.

As fotos eram fotogramas desse video. O monitor apresentava dois ecrans que transmitiam em simultâneo.

"A avó Justa vai gostar de vê-la aqui a espiar-me."

No quadro da esquerda apareceu ela a abrir a porta do banho subrepticiamente e a deixar uma nesga de porta aberta. No da direita aparecia eu no duche, com a cortina suficientemente aberta, para se poder ver o meu corpo nú, com uma forte ereção. Tinha feito previamente testes e ajustes, para que tudo pudesse ser filmado.

"Mas... Eu..."

"Cale-se. Diga-me aqui na minha cara que é mentira. Vá... Fale!" Pausei o videoclip.

"Não. Não é mentira." Susana soluçava. "Tu não sabes o que eu tenho passado..."

"O que é que eu não sei?"

"Não sabes o que é ter um marido maravilhoso e de repente encontrar-me só... A solidão é terrível e levou-me a fazer coisas... Que nunca teria feito em condições normais. Meu Deus!"

"Essa história vai ter que contá-la à avó Justa. Vai ficar encantada com a filha que tem."

"Jorge! Por favor! Sabes como ela é. Vai ordenar à tua mãe que me ponha na rua e proibir toda a família de falar comigo. Acho que antes de que isso aconteça terei que me suicidar."

"Comigo não funciona a chantagem emocional. Não faça nenhum disparate, que eu ainda não tomei a decisão de mostrar as imagens."

"Então que vais fazer? Posso fazer-te mudar de ideias de alguma forma?"

"Não sei... Tenho que pensar e já verei o que decido. Amanhã falamos. Ah... E não pense em apagar estes arquivos. Tenho-os bem guardados noutro sítio."

"Jorge conversa um pouco comigo. Tenta compreender-me. Posso dar-te dinheiro."

"Agora insulta-me, como se eu fosse um ladrão chantagista? Que mal me conhece! Tinha obrigação de saber que eu jamais aceitaria o seu dinheiro."

"Desculpa Jorge, tenta entender que estou desesperada, desorientada... e já nem sei que fazer, ou dizer. Podemos falar com calma?"

"Hoje não."

"Mas vais dar isso à avó Justa?"

"Hoje não. Amanhã não sei... Tenho que pensar bem neste assunto, antes de tomar uma decisão. Falamos amanhã aqui à mesma hora, mas seja pontual. Às dezanove EM PONTO."

"Está bem. Mas de certeza que não vais mostrar-lhe..."

"Já disse que não o vou fazer HOJE e devia conhecer-me o suficiente para saber que nunca falto à minha palavra. Tenho ainda este envelope para mostrar-lhe só a si, mas hoje já não. Agora saia do meu quarto. E acabou-se o voyeurismo, estamos entendidos?"

"Sim." Disse Susana cabisbaixa. Chorava baixinho, completamente devastada.

"Vá lavar a cara e maquilhe-se. Se a minha mãe nota que chorou... Bem, sabe como ela é eficiente a fazer perguntas."

"Vou fazer isso. Tenta perdoar-me!" Disse entre soluços.

Durante o jantar, ambos disfarçamos o melhor que pudemos e eu fui para o quarto, logo depois do jantar, com o pretexto de ter que estudar.

Eu adoro a Susana e estava com um enorme desgosto com o que lhe estava fazendo, mas não havia outra solução.

Quando estavam as duas sozinhas, Luisa perguntou-lhe se tinha chorado.

"Não te preocupes Lu. De vez em quando recordo coisas... Ainda não estou bem recuperada."

"Sim querida. Devias tomar uma tilia e ir para a cama."

"Sim vou fazer isso mesmo. Até amanhã."

Mais que nada, Susana queria evitar as perguntas de Luisa.

No dia seguinte, às dezanove horas em ponto, Susana foi ao meu quarto.

"Jorge sou eu. Posso entrar?"

"Podes."

Susana estranhou que eu a tratasse por tu, mas nada disse.

Deu-me um beijo que eu não rechacei, mas não retribuí.

"Senta-te aqui. Quero que vejas a segunda parte do vídeo de ontem."

"Agora... Tratas-me por tu?"

"Tens alguma coisa contra?"

"Bem... Não era habitual, mas está bem. Só queria pedir-te uma coisa."

"Dispara."

"Não o faças diante de ninguém da família. Sabes como são conservadores e a tua mãe... Sabes como ela é e os fantasmas que vê onde não há nada. Mas quando estivermos sozinhos está bem."

"Era isso mesmo que já tinha decidido. Mas uma mulher que se masturba comigo, tem mais que merecido que a trate por tu, não?"

"Que dizes? Eu nunca..."

"CALA-TE! Uma mentira mais e a conversa acaba-se já aqui. O passo seguinte, AINDA HOJE, vai ser mostrar os videos e as fotos à avó Justa. Vês primeiro e falas depois."

No quadro da direita do video aparecia eu dentro da banheira com a cortina meio aberta a masturbar-me, e no da esquerda estava Susana, com a saia arregaçada e as cuecas baixadas até um pouco acima dos joelhos, a fazer o mesmo. Ela estava de lado, mas a posição e os movimentos do antebraço, não deixavam margem para dúvidas.

A porta estava quase fechada, a zona onde ela estava era bastante mais escura que a casa de banho, mas a câmara estava bem regulada e compensava a falta de luz.

Ela achava impossível que eu a tivesse visto, mas as imagens eram inequívocas.

"Então? Quem é que se punheteou com quem?"

"Sinto muito Jorge. Não tenho palavras."

"Que te parece? A avó Justa só vai ver a tua parte, mas o vídeo está filmado desde a minha entrada para a casa de banho. O meu corpo, do peito para baixo, aparece oculto por um retângulo opaco, para que ela não veja o que não deve ver, mas poderá ver que era eu a tua fonte de inspiração. Só a tua punheta se vê. Tenho um CD com estas imagens e algumas mais que tu não conheces."

"Há alguma forma de evitar que a tua avó veja isto?"

"Só depende de ti. Tenho que ver arrependimento e boa vontade da tua parte."

"Que tenho que fazer?"

"Responde sim ou não à seguinte pergunta: Defendes a igualdade entre o homem e a mulher?"

"Sim... Mas isso que tem que ver...?"

"Vou respeitar o teu 'sim'. A mulher vê o homem todo nú a bater uma punheta, não acidentalmente, mas porque o buscou e esfrega o grelo até ao orgasmo. O homem tem direito a vê-la toda nua a fazer o mesmo. A isso chamo igualdade."

"Não posso. Sou tua tia e..."

"Deixa-te de tretas. Enquanto te comportaste como uma tia, tratei-te com imenso respeito. Ou estou a mentir?"

"Não filho. Sempre me trataste o melhor possível."

"Bem. A minha mãe vem dentro de meia hora. Sem perdas de tempo, quero ver-te nua, que é como eu estava e quero ver-te fazer o que eu estava a fazer. Uma monumental punheta. Vamos. Tira a ropinha toda, ou saio já para casa da avó Justa."

A minha expressão devia ser aterradora.

Susana suspirou, começou a despir-se e as lágrimas corriam-lhe pela face. A humilhação era terrível.

"Que fazes?"

A sua voz era de pânico.

Estava toda nua e eu estava a despir-me.

Temia uma violação.

"Como se fosse a primeira vez que me vês nú!"

"Jorge..."

"Bem, tu punheteaste-te comigo à traição e agora vamos punhetear-nos um com o outro, mas às claras."

Susana suspirou, mas não disse nada.

Tentava não olhar, mas os olhos de vez em quando, fugiam-lhe para a minha monumental ereção.

"Gostas de ver a picha do teu sobrinho. Que tarada és!"

"Jorge... Por favor..."

"Presumo que se vinhas ver-me e punhetear-te à minha custa, foi porque gostavas do que vias. Ou não?"

"Bem... Sim, mas isto é tão errado! Tão anormal!"

Soluçava.

Aproximei-me dela.

"Tens razão. É ANORMAL de todo! Tu estás cheia de tesão e eu também, portanto fazes-me a mim e eu faço-te a ti, que assim é que é NORMAL e mais gostoso."

Agarrei-lhe na mão e pu-la no meu membro.

Apertei suavemente para que ela o agarrasse com firmeza.

Suspirou, mas não tentou retirar a mão.

Depois, forcei-a a iniciar um movimento lento de vai e vem e soltei-lhe a mão, para ver como ela reagia.

"Jorge, por favor, não me obrigues a isto."

Mas em nenhum momento retirou a mão.

Ao contrário. Apertou com mais força e aumentou o ritmo do movimento.

Eu deslizava os dedos na sua vulva e sentia como ela estava cada vez mais molhada.

Ela foi abrindo as pernas, para me facilitar o acesso.

Penetrei-lhe a vagina com dois dedos e afagava-lhe o agora ereto clítoris, com a outra mão.

"Mmmm... Jorge... Isto está mal. Eu sou irmã da tua mãe... Não podemos. Mmmm... Ahhhh... Ufff..."

Quando ela estava à beira do orgasmo, parei e fui retirando a mão.

Ela, completamente descontrolada e despojada de todo o pudor, apertou-a contra a sua vulva e forçou-me a movê-la.

"Não! Não pares! Agora não. Ahhh... Meu Deus... Que horror! Isto não pode estar a acontecer... Mas é tão bom!"

Susana faria o que fizesse falta para chegar ao orgasmo.

Empurrei-a para separar-me dela e de repente deitei-a na cama transversalmente.

Meu Deus! Vai penetrar-me... Pensou Susana. Estava resignada. Abriu as pernas e esperou que eu atuasse, sem resistir.

Não seria uma violação. Ela estava a consentir e queria ser penetrada. Esta espera durou talvez cinco segundos, que lhe pareceram uma eternidade.

Nada disse, mas estava impaciente por sentir o desejado orgasmo e por comprar o meu silêncio.

Eu ajoelhei-me entre as suas penas e comecei a lambê-la toda.

Estava todo lambuzado com os seus deliciosos e almiscarados fluidos vaginais, cada vez mais abundantes, e tratava de beber tudo o que podia.

"Gostas?"

"Siiiiiiiim... Que bem o fazes! Não pares agora. Ohhhhhhhhh... Mmmmmm."

Colocou as pernas sobre os meus ombros e abraçava-me com elas.

De repente teve um maravilhoso e prolongado orgasmo.

"Ahhhhh... Mmmmmmmmmmmmmm... Delicioso. Obrigada meu amor, vem! Beija-me."

Eu beijei-a com amor. Um beijo de língua que durou um par de minutos.

Todas as barreiras tinham caido como um castelo de cartas.

Toda a minha agressividade e todos os temores de Susana tinham desaparecido, como por arte de magia.

Agora éramos simpesmente dois amantes, que se adoravam e desejavam.

Não havia rancores nem remorsos. Só carinho e luxúria.

"Fode-me toda!"

"Agora não podemos, meu amor. A minha mãe está ponto de chegar."

Susana mudou de posição e começou a chupar-me.

Estava delicioso, mas tive que dizer-lhe disse-lhe que parasse.

"Não gosto de me vir rápido. Temos que parar aqui."

"Não. A seguir, vais masturbar-te e esse leite pertence-me. Vem-te rápido. Fazes isso por mim?"

"Vá lá! Mas temos que ser muito rápidos."

Susana não perdeu tempo. Em três minutos tinha a boca inundada de semen; bebeu-o todo e nunca me soltou o membro que continuava ereto.

"Necessito tanto uma boa foda!"

Eu estava agradavelmente surpreendido. Nunca imaginara a minha querida e respeitável tia a falar com tanta vulgaridade e menos ainda comigo.

"Não. A minha mãe pode apanhar-nos. Logo à noite."

"Impossível! Não vamos poder."

"Deixa isso comigo. Prometo que sim."

"Jorge..."

"Sim meu amor."

"Necessito tanto um beijo!"

Não respondi.

Abracei-a e beijámo-nos como se o mundo estivesse para acabar nos dez minutos seguintes.

"Susana... Lembras-te do envelope que te disse que queria mostrar-te?"

"Sim."

Fui à mesa do computador, retirei-o da gaveta de cima e entreguei-lho.

Este é o texto que estava escrito:

"Mesmo que não tivesse conseguido nada de ti, nunca teria mostrado nada à avó Justa. Vi-me forçado a fazer esta monstruosidade, porque em circunstâncias normais, nunca terias acedido. Não sabes como te adoro! Espero que me creias e que possas perdoar-me".

"Também te adoro, creio-te e estás perdoado. Passei um mau bocado, mas foste engenhoso. O melhor é descermos. A tua mãe já deve ter chegado. Falamos logo. Agora muito cuidado com gestos, frases, olhares e sobre tudo nada de toques... Ela é muito intuitiva e desconfiada. Se isto se descobre, estamos completamente lixados... Os dois!"

"Isso mesmo. Antes de irmos, mete dois dedinhos na tua coninha e dá-me a lamber."

"Depravado!" Riu-se e obedeceu. "Maravilhoso depravado!"

"Só mais uma vez. Sabes tão bem!"

"É a última. Não quero a Luisa de repente entre, veja a irmã a meter os dedos na xaninha e o filho a lambê-los. Nem quero que me veja no teu quarto. Antes de sair abre a janela, que cheira aqui a pecado." Ria-se feliz.

"Durante o jantar manda-me alguma boca tipo sentença de mau gosto. Vou ser mal educado contigo. Responde-me agressivamente, para me meter na ódem. É parte do cenário. Depois vou dizer que tenho que saír e tu arranjas maneira de vir comigo."

Susana estava exultante, agora adorava o sobrinho muito mais, estava super-relaxada graças ao orgasmo que ele lhe proporcionara, mas era muito inteligente e em nenhum momento mostrou a sua alteração de humor na presença de ninguém mais da família.

Como anteriormente combinado, Jorge deu uma resposta torta a Susana no decorrer do jantar.

"Estás com má cara Jorge. Que se passa contigo?" Perguntou Susana.

"Porque é que não se mete na sua vida?" Respondeu de sobrolho carregado.

"Olha que tu comigo não falas assim! Sou muito tua amiga, mas sou tua tia e sou bastante mais velha que tu! Deves-me respeito." Olhava-o com uma expressão convincentemente severa.

"Tia Susana, desculpe. Tenho realmente um problema e reagi assim... Não voltará a acontecer. A tia não tem culpa de nada." Levantou-se foi dar-lhe um beijo na testa. Ela sorriu e acariciou-lhe o cabelo. Tudo dentro da mais estrita castidade.

"Gostei Susana! As coisas no seu devido lugar!" Sentenciou a irmã.

"Não te preocupes filho. Assunto esquecido." Disse Susana, ignorando a observação de Luisa.

"Problemas? Algum amor não correspondido?" Perguntou a mãe.

"Não. Um problema de eletrónica que ainda não consegui solucionar e tem-me desesperado! Não paro de pensar no assunto e ainda não dei com a solução. E o problema é que é parte de um projeto de grupo, onde só eu estou a falhar."

Terminado o jantar, Jorge disse que tinha que ir a casa do Esteves, para lhe entregar um livro.

"E porque não foste antes?" Disse a mãe visivelmente contrariada.

"Mãe! Tenho vinte anos, estamos no século vinte e um e é sexta-feira. Porque tem que se meter em tudo?"

"Se tiveres paciência para aturar uma tia velha, levo-te no meu carro. Espera! Às tantas queres estar só com os teus amigos..." Interveio Susana.

"Não tenho nada combinado com ninguém, tia. Mas tem a certeza que não é demasiado incómodo? Tinha pensado levar a bicicleta. E isso de tia velha nada!"

"Vamos então."

"Mas a ti apetece-te sair Susana?" Como sempre, a mãe de Jorge estava irritante e metediça.

"Apetece-me dar uma volta e não quero estar sozinha. Venham vocês também."

"Não filha obrigada. Não me apetece saír."

"Nem eu, cunhada. Quero ver uma coisa na televisão. Agradeço na mesma."

"Dava-me jeito ir à minha casa fazer umas quantas coisas. Depois de dares o livro ao Esteves, gostava que viesses comigo. Ainda me assusta estar sozinha em casa e de noite pior. Mas vou demorar um bocado. E podes ajudar-me, se tiveres paciência. Como prémio, deixo-te conduzir. Que dizes Jorge?"

"Como não tia? Já sabe que conta sempre comigo, para o que fizer falta. E reitero o meu pedido de desculpas, pelo de há pouco." Pus uma cara de pena que enganou toda a gente.

"Já passou querido. Não penses mais nisso. Vamos!"

Sairam.

"Ainda bem que foi com a tia. Amanhã falo com ela, para ver se ele lhe contou alguma coisa. Não engulo isso do 'problema de eletrónica'..."

"Caramba Luisa! Deixa o rapaz. Quanto mais o apertares, menos te vai contar. São coisas normais da juventude. Pareces uma velha setentona e só tens quarenta e cinco. A tua mãe pegou todas essas manias vitorianas dela a toda a família. Só a Susana é um pouco mais normal."

"Bem, pelo menos estou descansada." Luisa nem se dera conta do que o marido dissera. "Com a tia sempre se levou bem desde miúdo e assim sei que não vai meter-se nos copos com o tal Esteves... Ou pior."

"Ou pior! Não tens emenda. O rapaz é impecável, tens a sorte de não ter um filho drogado, nem mau estudante e és uma desagradecida ao destino. Se perguntasses menos ele contava-te mais. Vê como se leva bem com a tia, desde bebé. Ela é que sabe levá-lo. Adora-o, mas faz-se respeitar, como se viu. A Susana tem um bom caráter e não o chateia. Deixa de ser obsessiva."

"Cala-te. Estou desejosa de saber se ele lhe contou alguma coisa."

"Nem penses. A Susana conhece-te bem e não vai contar-te nada, mesmo que saiba tudo."

Já no carro, eu comentava a atuação de Susana.

"Foste genial. Não. És genial. Como sabias que não iam aceitar o convite?"

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