Mike - Capítulos 03, 04, e 05

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Mike, Guida e Célia no paraíso terrestre.
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Mike - Capítulos 03, 04 e 05

Segundo e último capítulo do maravilhoso romance entre Mike e Guida, que descobre a sua bissexualidade com a ajuda de Célia, uma velha amiga de Mike e Sara.

III -- Um sonho

Essa noite tive um sonho maravilhoso. Estava num campo com bastantes árvores, um prado verde, muito verde, ouvia o marulhar da corrente de um riacho que me transmitia uma sensação muito agradável. Bastantes aves, algumas cantando, de vez em quando ouvia-se o canto de alguma rã. O balir de um rebanho de ovelhas ao longe, algumas vacas castanhas e outras negras com manchas brancas pastando... O sol estava brilhante, viam-se alguns cúmulos isolados no céu, curiosamente o sol não me incomodava, o que não é habitual porque sou fotosensível, a temperatura era amena e corria uma aragem muito agradável.

Eu estava sozinho, deitado numa rede entre dois pinheiros, que balançava um pouco como se uma mão invisível a movesse. Estiquei o braço e apanhei do solo uma garrafa com água fesca e bebi. Não estava demasiado fria e era muito saborosa. Tudo tinha uma harmonia que não se encontra na natureza, tudo demasiado perfeito para ser real.

Foi então que a vi. Linda como sempre. O seu cabelo louro natural impecavelmente penteado como era habitual. A expressão viva, vivíssima, dos seus lindos olhos azuis, com grandes pestanas, Um vestido de verão branco, vaporoso, as suas lindas mãos com as unhas impecavelmente arranjadas mas sem verniz, as suas sandálias favoritas, que lhe comprara alguns anos antes, mas novas como se nunca tivessem sido utilizadas, os seus lindos pés que eram uma das minhas paixões, também sem verniz e impecavelmente cuidados... E o seu inimitável sorriso. Caminhava na minha direção. Quando chegou deu-me um fugaz beijo nos lábios... Eu não senti o seu contacto físico, mas senti o seu inconfundível aroma natural. Uma sensação estranhíssima. Sara.

Quase me parou o coração, mas logo a seguir tive uma arritmia cardíaca assustadora.

"Mike... " Sussurava. "Vejo que agora estás bem e que continuamos a amar-nos. Tenho estado preocupada contigo. Felizmente escapaste ao teu acidente. Estarei sempre a velar por ti."

"Sara! Meu amor!"

"Mike... Tenho pouco tempo. Escuta-me. Essa moça, Guida, é o melhor do melhor e ama-te. Adora-te. Não a percas. Sê feliz e trata de a fazer feliz. Tem um problema que a mortifica e tens que a ajudar, para que possa estar em paz."

"Tu tens que ser uma alucinação. Não és real."

"Vou dar-te uma prova. Guida tem um sinal cor de rosa no pescoço do lado direito, oculto pelo cabelo."

"Eu quero acreditar em ti. Sara... Estás feliz aqui?"

"Muito! Agora estou tranquila e já posso ir-me."

"Ainda não. Fica um pouco mais!"

A figura de Sara dissipou-se como uma núvem de vapor saída de uma caldeira.

"NÃO! POR FAVOR! NÃO!"

Gritava eu lavado em lágrimas.

"Mike! Meu amor. Calma, foi só um pesadelo."

Disse Guida cobrindo-me a cara de beijos.

Abracei-me a ela chorando convulsivamente como uma criança e Guida consolou-me como pôde. Eu estava destroçado.

"Espera meu amor vou buscar-te um copo de água."

"Não me deixes aqui sozinho."

Continuava abraçado a ela como um náufrago a uma boia.

"Está bem, mas acalma-te meu querido."

Passado um quarto de hora, consegui finalmente coordenar as ideias mas continuava a chorar.

Finalmente acalmei-me.

"Vamos um bocadinho para a sala? Ponho uma música ambiente, faço-te uma tília quentinha e contas-me o teu sonho. Queres? Lembras-te dele?"

"Até aos mais ínfimos detalhes. Não sei se foi um sonho ou uma viagem astral."

Fomos para a sala.

"Deita-te ao comprido no sofá grande. Vou fazer-te a infusão."

"Não faz falta. Eu..."

"Chhhhh... Vais fazer o que eu te disser."

Pôs uma música muito relaxante, muito baixinho.

Passados dez minutos voltou, mas durante todo o tempo que esteve na cozinha, de vez em quando assomava-se à porta da sala e sorria-me.

Sentou-se e colocou a minha cabeça nas suas pernas, acariciando-me o cabelo, enquanto eu dava sorvos na infusão.

"Queres contar-me?"

"Não sei se devo..."

"Mais difícil do que foi para mim contar-te o meu drama não deve ser."

"Falei com Sara. Está muito feliz com o nosso amor e quer que te faça feliz."

"Bem... Um sonho saído do teu subconsciente..."

"Deixa-me contar-te tudo e verás que foi mais do que isso. Eu pensei que estava a ter uma alucinação e ela disse-me que tens um sinal no pescoço do lado direito, oculto pelo cabelo. Um sinal rosa. Nunca te vi nenhum sinal."

"Meu Deus!"

Guida estava lívida.

"Por tudo o que tens de mais sagrado conta-me tudo! Não omitas nada."

Afastou o cabelo e virou-se de modo a que eu o pudesse ver.

Contei-lhe tudo com todos os detalhes.

"Se pudesses fazê-la regressar..."

"Não. Ela já não é deste mundo, já não sente nenhuma paixão carnal e só quis dizer-me que queria que fôssemos os dois felizes. Já se foi definitivamente. Estava intranquila comigo e deixou de estar quando viu como és e como nos amamos. Não lhe vi nenhuma ponta de ciúme. Por favor não tenhas ciúmes dela. Não vai voltar, nem eu quero que volte. Só quero que descanse em paz e agora já pode fazê-lo. Se eu não tivesse a certeza de que é assim, não te teria contado este sonho."

"E que quis dizer com isso de ajudar-me?"

"Vou contigo a uma cirurgiã plástica, a Dra. Irene Quintanilha, de quem me falou um amigo dos Médicos Sem Fronteiras, para que veja os teus peitos e resolva o problema. Se não te agradar o que a médica te disser, consultamos outras opiniões. Nota que para mim não é nenhum problema e se o faço é SÓ para que sejas feliz. A Sara não me disse a que se referia, mas sei que foi a isso."

"E porque falaste com ele sobre essa médica?"

"Foi ele que me falou ocasionalmente a respeito de uma mulher do Iémen que nasceu sem vagina e ela construiu-lhe uma. Mostrou-me as fotos de antes e depois. Nem muito mau aspeto tem. Claro que não pode ter filhos, mas está casada e tem uma vida sexual satisfatória. Não sei se ela sente algo aí abaixo, mas para as mulheres dessa zona, se o marido está contente, elas também. Faz parte da sua cultura. Cheguei a pensar que o teu problema podia esse."

"NÃO! Que horror!"

"Desesperada como estavas, já não sabia que pensar. A assimetria dos teus peitos nem sequer me ocorreu como uma possibilidade, porque não vejo aí nenhum problema. Nem sequer me desagrada. A mim claro. Já sei que para ti não é assim, por culpa desse animal, que te encheu a cabeça de complexos."

"Vistas bem as coisas, até te entendo. Estás agora mais calmo?"

"Sim. Não sei se fiz bem, mas não quero ter segredos contigo."

"Claro que fizeste bem. Vamos dormir, ou queres continuar aqui?"

"Vamos."

Respondi.

Guida deu-me a mão e arrastou-me com ela para o quarto.

Deitamo-nos ambos nús e ela aninhou-se em posição de colher com as costas encostadas ao meu peito.

Depois pegou-me no membro, que logo ficou com uma ereção férrea e introduziu-o dentro. Eu deixei-me levar.

"Não nos movamos." Disse. "Vamos tentar adormecer assim."

A verdade é que tentamos, mas ao fim de dois minutos estávamos a bombear como loucos.

"Mike."

"Diz minha querida."

"E se terminamos na boca um do outro? Apetece-me imenso experimentar um sessenta e nove."

Não lhe respondi. Dei-me a volta com a almofada na mão.

Quando faço um sessenta e nove tenho que apoiar a cabeça numa almofada, senão fico com uma terrível dor no pescoço.

Coloquei-a sobre mim, de barriga para baixo e ela ajustou a posição colocando a vulva na minha boca. Cheirava e sabia divinamente. Os seus fluidos escorriam abundantemente para a minha boca e eu procurava não perder nem uma gota.

"Ai Mike que boca tens! E que língua! Adoro o que me fazes! Isso! Aí mesmo... No meu grelinho... Aí... Siiiiim... Ahhhhh! Venho-me toda! Mmmmm..."

Nesse momento não aguentei mais e inundei-lhe a boca, com quatro descargas abundantes seguidas, seguidas umas quantas mais, menos intensas.

"Ghhhh... Oh..."

Teve um ataque de tosse, engasgada com o meu sémen, mas enguliu-o praticamente todo.

Abraçámo-nos e literalmente comemo-os as nossas bocas, misturando os nossos sabores.

Sara adorava fazer isso, eu não, mas acabei por me habituar porque queria satisfazê-la nos mais ínfimos detalhes.

As coisas que Guida me fazia e queria que eu lhe fizesse, inclusivamente as coisas que me dizia no auge da paixão carnal, era uma cópia fiel de Sara. Não sei se ela não estaria a guiá-la desde o além... Claro que nunca lhe poderia falar nisso, porque ia sentir-se como uma roda sobresselente... e sentir-se usada.

Teria que ter imenso cuidado, para não lhe chamar Sara nesses momentos. Isso podia pôr um ponto final ao nosso romance. Há que ter imenso cuidado com os sentimentos e a sensibilidade das mulheres.

"Nunca me falhes Mike..."

Sussurrou, sem poder evitar um par de lágrimas.

"A que vem isso agora?"

Senti-me magoado.

"Se me falhasses acho que não ia poder sobreviver. Contigo passei do inferno ao paraíso e prefiro morrer em vez de voltar para donde vim."

Cobri-a de beijos e carícias, sussurrando-lhe que nunca duvidasse do meu amor.

"Não meu amor. Nada temas. Não busques problemas onde não os há."

"É que eu contigo tenho tudo o que necessito. Amor, prazer, sei lá... Nem me conheço! Se há dois dias me dissessem que ia fazer todas estas coisas contigo... Era impensável! As palavras fluem da minha boca sem que eu as pense, ou isso me parece. Depois de as dizer gosto de as ter dito, mas... Não me parece natural. Não me imaginava a atrever-me a pedir-te um sessenta e nove. Estou envergonhada! A sério que estou!"

Estava vermelhíssima.

"Eu conheço a explicação. Temos uma química tremenda e como sentes uma total confiança comigo, nos momentos de paixão deixas-te levar. Vais mais rápida que o pensamento e depois admiras-te do que disseste. Nunca mudes meu amor. É assim que te quero como amante. Excedes todas as minhas expectativas."

"Achas que ela pode ter algo que ver com isto?"

Que intuituiva é a minha Guida!

"Ela?"

Perguntei como se não soubesse a resposta.

"Ela quem? Não estarás pensando em Sara..."

"Estou."

"Que disparate acabas de dizer! Deixa-a descansar em paz. Lá do outro lado as coisas da carne não existem e ela já se foi. Não meu amor! Foste tu que já descobriste a maravilha que é o sexo com amor. Dá asas a tudo o que te apetecer experimentar comigo."

"Que tal se dormimos?"

Abraçamo-nos e adormecemos.

IV -- Uma nova vida

Felizmente era sábado. Com tanto sexo e tantas emoções acordamos já depois da dez e meia.

"Mmmmm... Adoro espreguiçar-me!"

"Mmmmm... E eu!"

"Vamos duchar-nos juntos."

Lavamo-nos mutuamente. Não resisti a fezer-lhe um minete ajoelhado entre as suas pernas, com a água morna a correr sobre a minha cabeça. Depois foi a vez de Guida me dar prazer com a sua boca.

"Vamos tomar o pequeno almoço ao Caravela?"

"Boa ideia. Não tenho nada em casa. Não esperava que as coisas evoluissem assim."

Entramos no Caravela quase abraçados. Eu tinha o braço esquerdo sobre os seus ombros e Guida estava toda encostada a mim.

O senhor Sousa olhou-nos com um sorriso de orelha a orelha.

"Bom dia! Sempre gosto de vos ver aqui, mas hoje excedem todas as minhas expectativas."

"Olá!"

Respondeu Guida, tão feliz que lhe deu dois beijos.

"Olá amigo Sousa. Queremos um pequeno almoço de luxo. Deixamos os detalhes ao seu critério."

"Podem deixar! Sentem-se e desfrutem esta maravilhosa manhã, mas antes digam-me se querem white coffee (café com leite) ou black tee (chá preto)."

Ambos escolhemos chá preto. Sentámo-nos e sentimo-nos verdadeiramente felizes.

"Guida vou fazer-te um par de sugestões."

"Dispara."

"Depois de comer vamos à minha casa. Quero que a vejas e decidas se vens viver comigo aí ou se queres que busquemos outra. Mas deixas a tua, porque não tem sentido que estejas aí a pagar uma renda de casa. Tenho outras casas que estão vazias..."

"Estou desejosa de ver o teu ninho. Primeira sugestão aprovada."

"Tenho o telefone da doutora que te vai ver. Telefono-lhe para marcar uma consulta."

"Não é melhor esperar por segunda-feira?"

"Telefono-lhe hoje e veremos o que diz. Conheço-a pessoalmente, porque fui a um churrasco com pessoal dos Médicos Sem Fronteiras, na quinta do pai de uma da enfermeiras e a Dra. Irene estava lá. Uns dias depois fez um voo comigo no Sukhoi e gostou muito."

Entretanto o senhor Sousa serviu-nos um pequeno almoço estilo inglês, onde só faltava o black pudding (morcela), baked beans (feijões guisados com tomate) e porridge (papas de aveia), porque são coisas que aqui não existem.

"Caramba! Isto sim é um pequeno almoço!"

"Espero que esteja ao vosso gosto."

Retirou-se.

"Mmmm... Tiveste alguma relação com ela?"

"Ai as mulheres, sempre com o ciúme à espreita! Não. Levei-a a ela e ao marido a Tires, mas ele não quis voar. Ainda os encontrei mais um par de vezes e depois perdi o contacto."

"E ela gostou?"

"Não. Adorou, mas teve uma vertigem, vomitou numa bolsa de enjoo, já quase no fim do voo."

"Não te sujou o avião?"

"Não."

Telefonei-lhe. Ela convidou-nos a passar à tarde no consultório para uma primeira exploração.

"Olá doutora! Esta é a minha noiva. A Guida. Muito obrigado por nos receber durante o fim de semana, mas não era minha intenção..."

"Olá Guida. Muito gosto. Tratem-me os dois por Irene."

"Muito prazer Irene."

Fez-lhe um monte de perguntas tomou notas numa ficha e depois falou.

"Guida queres que o Luis esteja presente, ou que espere na sala ao lado?"

"Presente for favor."

"Bem, vamos lá a ver essas maminhas. Despe-te da cintura para cima."

Observou, tocou, mediu, tomou notas...

"Tens umas maminhas muito bonitas, principalmente a mais pequena e será um trabalho bastante simples. Agora necessito saber como as queres. Quero dizer quanto a tamanho."

"Como gostas mais Luis?" Perguntou-me Guida.

"Gosto de ti como és e a assimetria não me incomoda para nada, por mim não lhes tocava, portanto decide tu como as queres."

"Não gosto de peitos grandes. Gosto delas um pouco maiores que a pequena e um pouco menores que a maior."

"Não imaginas como isso vai facilitar o meu trabalho. Agora explico-te a minha ideia. Faço-te uma redução da esquerda. Mais que nada, puxo-a um pouco mais para cima, não toco no mamilo e não a reduzo muito. Na direita vou ter que criar espaço e em princípio não te vou pôr silicone. Vou extraír-te gordura de outras partes do corpo e injeto-a dentro, até ficarem iguais. O maior problema é que não tens muita gordura para tirar, mas creio que posso evitar o silicone. De qualquer forma isto é só a primeira consulta e vamos estudar o teu caso em profundidade... Se for necessário pomos silicone. Que te parece?"

"Bem... Tenho um pouco de receio, mas..."

"Irene repito que por mim não faz nenhuma falta que se opere."

"É uma atitude impecável Luis, mas nós as mulheres somos muito sensíveis a problemas desse tipo, como vocês com o tamanho do pénis. É uma questão de autoestima e uma assimetria de peitos é uma coisa que detestamos. Já operei várias mulheres com este problema e correu tudo muito bem."

"Mas sem silicone, depois não ficam caídas?" Perguntou Guida.

"Minha filha, com o tempo muitas coisas vão ficando caídas." Riu-se. "Algum dia poderás querer operar-te de novo, se começarem a ficar caídas, mas daqui a bastante tempo. Eu operei-me aos cinquenta e quatro anos e tive que render-me ao silicone, mas quanto mais tarde o faças melhor. Estou agora a estudar a possibilidad e de retirar os implantes e injetar gordura."

"E isso com a gordura não fica muito flácido?"

"Tenho uma amiga que operei assim no ano passado e vou pedir-lhe que te deixe ver como ficaram. Inclusivamente poderás tocar-lhas e já verás o bem que ficaram. Ela não se importa. Claro que o Luis não estará presente, por motivos evidentes. Depois se preferires optar pelo silicone fazemos isso, mas nesse caso aconselho-te a pôr nas duas, porque é muito desagradável ao tato ter uma com e outra sem."

"Vou ter que pensar..."

"Acho muito bem e se quiseres ouvir outras opiniões de colegas meus não me parece nada mal. É uma técnica recente e alguns detestam a aplicação de gordura, outros não. Pela minha parte, quanto menos silicone no corpo melhor."

Guida resolveu operar-se seguindo os conselhos de Irene e a verdade é que ficaram praticamente iguais e deliciosas. E o melhor de tudo foi que não perdeu a sensibilidade.

O tempo foi passando, eu fiz três viagens mais para os Médicos Sem Fronteiras, que correram sem incidentes e cinco mais com Guida a sitios que ela desejava conhecer. A nossa felicidade era perfeita e já levávamos dezoito meses vivendo juntos. Praticamente todos os fins de semana íamos a Tires fazer acrobacia no Sukhoi e Guida já fazia acrobacia básica bastante bem. Eu deixava-a voar no lugar dianteiro e ela já descolava, aterrava fazia circuitos. Sara nunca se atrevera a tanto.

Uma noite deu-me uma surpresa, tal como Sara fizera ao fim de seis meses de casados.

"Mike gostaste do jantar?"

"Muito. Mas já o tinha elogiado. E a sobremesa também. Não sei o que é fizeste a esse pudim...? Algum dos teus inventos, imagino. A verdade é que é delicioso e original."

"Sim. Com este tomei nota de tudo, para o poder repetir. Mas estou a pensar em dar-te outra sobremesa... Não sei se vais querer, ou se não és apreciador do género."

Comecei a ter uma forte ereção tentando imaginar o que seria.

"Vamos dar uma volta a pé para baixar um pouco a comida e depois provas a minha segunda sobremesa, queres?"

"A verdade é que me apetecia ir já para a zona de operações, mas tens razão..."

"Vem!"

Abraçou-me e comemo-nos a beijos. Depois saímos.

"Guida tu tens ideia do delicioso que é viver contigo? Em tudo! Até nos mais ínfimos detalhes."

"Se é tão bom como dizes, deve ser como viver contigo. Sinto que somos um só ser. Sinto-me fundida contigo e não só quando estamos na cama."

"Sim. Sinto exatamente o mesmo."

"Conta-me como era a tua vida sexual com Sara."

"Não pises esse terreno. É perigoso e já tínhamos decidido não tocar nesse assunto."

"Tenho uma curiosidade imensa e há muito que não tenho nem uma pontinha de ciúmes dela. Posso escutar qualquer coisa, que me parecerá natural. Ela tinha algum gosto especial que não tenhas feito comigo."

"Não creio que gostes de saber certos detalhes, que intúo que seriam chocantes para ti."

"Põe-me à prova."

"Ela gostava muito de sexo anal. Paraticáva-mo-lo nunca menos de uma vez por semana, embora não estivéssemos a cumprir calendário."

"E tu?"

"Gosto imenso."

"E porque nunca me pediste?"

"Não pensava pedir-te, mas algum dia sondar-te, para ver se te agradava a ideia. Mas ainda não tive coragem."

"Só tenho medo que me doa."

"Ao princípio vai doer-te um pouco, mas depois de estares convenientemente dilatada, o mais natural é que fiques cliente."

"E não há forma de evitar a dor, com algum anestésico?"

"A dor é necessária. Se estivesses anestesiada praticamente não a sentirias e eu podia rasgar-te. Há que sentir a dor, parar sem retroceder, continuar devagar, até estar todo dentro. A dilatação é lenta e há que saber esperar e usar a dor, para saber se já estás dilatada e evitar males maiores."

"Essa é a segunda sobremesa que tenho reservada para ti esta noite. Bem... Se eu aguentar."

"Primeiro tens que evacuar, depois fazer um enema com água morna. Depois de esvaziares bem o cólon inferior e o reto estás pronta."

"Temos que comprar alguma coisa?"

"Tenho um irrigador em casa e cânulas que não chegaram a ser usadas. Era da Sara para as nossas práticas. Se quisemos compro outro amanhã. Temos camomila?"

"Posso usar o da Sara. Temos. Porquê?"

"Fazemos uma infusão de camomila, quando a temperatura baixar para 38º fazes o enema. É relaxante e anti-inlamatório. Mas é melhor fazermos amanhã porque tens que esperar três horas depois de comer, ou uma hora antes."