Eva Maria - Um Sonho de Mulher

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"Aqui estarei senhor doutor."

Éramos velhos conhecidos.

"Que linda praia. Não conhecia."

"Quase ninguém a conhece. Eu conheci-a por mero acaso. Um dia vim de barco com uns amigos."

"Que bem! Uma praia só para nós e um par de pessoas mais."

Armei o chapéu de sol que o mestre André nos deixara, enquanto Eva colocava as toalhas, uma ao lado da outra.

Estivemos a conversar deitados lado a lado na sombra do enorme chapéu de sol, bastante longe dos outros banhistas. Mais privacidade impossível.

"Estou muito baralhada Ric. Ontem pensei que a tua ida sozinho não me ia afetar, mas quando te foste senti um enorme vazio. Praticamente não nos conhecemos... Não me entendo a mim mesma. Há algo que me escapa..."

"Eva há algo que não te disse. Pior ainda! Menti-te. Tenho 25 anos e nasci em 21 de janeiro de 1993 na maternidade Alfredo da Costa."

"AI MEU DEUS! Tu és..."

"Sim Eva Maria! És a minha mãe biológica e não estou aqui por acaso, nem para descansar depois de um intenso ano de trabalho, apesar de que também."

"Meu Deus! Abraça-me meu amor."

Abraçamo-nos e beijámo-nos durante vários minutos.

Beijos castos entre mãe e filho.

"Ric meu querido... Porque me mentiste com a idade?"

"Porque queria conhecer-te antes de que tu soubesses quem eu era. Tranquiliza-te. Não te vou julgar. Se me deste em adoção será porque não tinhas condições para criar-me e dar um filho em adoção não é abandoná-lo. É pensar no futuro dele. Para que não estejas intranquila, quero que saibas que os meus pais adotivos foram excelentes, continuam a sê-lo e deram-me uma ótima educação. Estudei desde a primaria até à universidade no institudo espanhol, licenciei-me em medicina veterinária em Lisboa e trabalho com o meu pai, também veterinário, na nossa clínica."

"Já vejo que posso desaparecer de vez... Não te faço falta e posso até ser inconveniente na tua vida."

Eva chorava e eu abraçava-a com ternura, sem deixar de a beijar.

"Já te disse que ontem passei um dia desgraçado. E já sabia quem eras. Tu só descobriste isso hoje. Adorei estar contigo anteontem, senti imenso a tua falta ontem e hoje estou felicíssimo por estar aqui contigo."

"E eu contigo Ric, mas temo que não haja lugar para mim na tua vida."

"Sempre haverá lugar para ti junto a mim."

"Ai Ric..."

"Vem! Vamos dar um mergulho para arrefecer a emoção."

Eva sorriu timidamente e foi de mão dada comigo para a água.

"Estivemos uns vinte minutos nadando juntos brincando com a água, atirando-nos salpicos, como dois adolescentes."

"Finalmente fomos para o toldo, ela puxou a toalha para fora da sombra e deitou-se de barriga para baixo."

"Paso las noches así... Pensando en Eva María.

Cuando no puedo dormir... Miro su fotografía.

Qué bonita está... bañándose en el mar... tostándose en la arena.

Mientras yo siento la pena... De vivir sin su amor."

"Adoro essa canção. Tens que ma cantar completa."

"Faço melhor do que isso. Ponho-a a tocar no carro quando regressarmos ao hotel."

"Ric vês em mim uma mãe?"

"Tenho uma enorme confusão na cabeça. Mãe é quem nos cria, nos educa, nos acompanha na infância e adolescência, incondicionalmente... Mas tu já és indispensável para mim. Conheço-te há pouco mais de três dias, mas não é o mesmo que conhecer uma desconhecida qualquer. Sabia que vinhas para aqui de férias e por isso vim. Para conhecer-te."

"E como soubeste?"

"Não posso falar sobre isso, para não comprometer as minhas fontes."

"Compreendo. Mas achas que podemos continuar a ver-nos?"

"Só não o faremos se tu não quiseres e nesse caso terei um enorme desgosto! Até agora desejava conhecer-te, mas era mais curiosidade que outra coisa. Mas agora mamã, não quero voltar a perder-te! Não posso!"

"Ai meu Deus! Ric... Que ilusão! Chamaste-me mamã!"

"Sim. Claro que a minha mãe adotiva não poderá sabê-lo. Teria um desgosto de morte."

"Por mim nunca o saberá. Tens a minha palavra!"

"Tens marido, noivo, alguma relação sentimental?"

"Nenhuma. E tu?"

"É um caso pouco convencional, que um dia te contarei, quando nos conhecermos melhor. Tenho uma amiga com direitos especiais, com quem me relaciono intimamente de vez em quando. É casada e a nossa relação nunca passará do que temos atualmente. Se um dia tenho uma relação séria, isso acaba-se imediatamente. É algo que já temos assumido e ela está completamente de acordo. Temos uma sólida amizade, que não se verá afetada por isso."

"Entendo que não me vejas como mãe, apesar de me teres dado a alegria de me teres chamado mamã. Tenho completamente assumido que a tua mãe não sou eu. Sou apenas a mulher que te pariu. Mas para ti o que sou eu?"

"Adoro-te Eva! Tal como ouves! Já não posso imaginar-me sem ti. Ontem senti-me desgraçado. Necessito estar contigo todos os dias. É um sentimento difícil de explicar e tenho medo de chocar-te. Tal como diz a canção passo as noites pensando en Eva María y mirando su fotografía. Essa foto que fizemos na Ponta da Piedade"

"Com o coração nas mãos, meu querido Ric, creio que os meus sentimentos por ti são iguais ou semelhantes. Já não posso imaginar-me sem ti. Fiquei grávida com 15 anos e tive-te com 16, já te contarei porque tive que dar-te em adoção e o que significas para mim hoje. Mas estou cheia de medo."

"Medo porquê?"

"Não sei como dizer-te isto... Não. Agora não é o momento. Já teremos tempo de falar sobre muitas coisas, mas quero fazê-lo em frio. Depois de estar recuperada do choque..."

"Como queres que te trate?"

"Como quiseres. Por mim podes continuar a tratar-me por Eva. A tua mãe não merece que me chames mamã. Não ganhei o direito a ter esse título. Estou-lhe agradecidíssima. A ela e ao teu pai."

"Pois chamar-te-ei 'Eva', às vezes 'Eva Maria' e em alguns momentos 'Mamã'... Se me deixares."

"Oh meu Deus! Claro que te deixo e estarei encantada!"

"Já te levarei lá a casa, mas não agora. Antes têm que saber que eu sei que sou adotado. Depois tenho que os preparar, quero deixar-lhes claro que tu não queres usurpar-lhes o lugar e que tens muito claro quem é quem. Poderemos coexistir em paz. Eles são maravilhosos e muito humanos."

"Quando te disseram que eras adotado?"

"Não sabem que eu sei, o que dificulta um pouco mais as coisas. Quem me contou e unicamente com boa intenção, foi Lisa, a minha prima. Também foi ela que me contou onde podia encontrar-te neste verão. Mas não me revelou as suas fontes, nem isso interessa. Ela jamais poderá saber que eu te disse isto, mas contigo não quero ter segredos. Não posso tê-los! O importante é que nos temos um ao outro, aqui em carne e osso."

Cobri-a de beijos e ela a mim.

"Eva, não sei como reagirás, mas tenho que confessar-te uma coisa."

"Meu Deus Ric. Até tenho medo de te ouvir."

"Bem... Esquece..."

"Não Ric. Quero ouvir-te já."

"Estou perdidamente apaixonado por ti Eva. És a mulher mais fascinante que algum dia conheci e é-me indiferente que sejas a minha mãe biológica."

"Meu Deus Ric! O que eu temia! Já o intuía..."

"Que sentes tu por mim Eva?"

"Estou muito baralhada Ric. Não me sinto preparada..."

"Não te preocupes. Falarás quando sentires que é o momento."

Quando chegamos ao hotel pedi-lhe que me acompanhasse ao meu quarto para lhe mostrar uma coisa.

Acendi o meu portátil e mostrei-lhe várias páginas que tinha em "marcadores", sobre o tema GSA.

Além de espanhol, Eva também dominava inglês, portanto não teve nenhum problema em ler os textos que lhe mostrei.

"Desconhecia isto completamente..."

"E tu Eva...? Que sentes por mim?"

"Lembra-te de que para mim tudo isto é novo. Ainda não consegui assimilar a situação. Necessito falar com o meu travesseiro e meditar..."

Decidimos que não diríamos nada à dona Isabel nem a ninguém, sobre o nosso parentesco.

Eva e eu terminaríamos a estadia na quinta-feira seguinte.

Desde a minha revelação, não passamos nem mais um minuto separados, exceto quando íamos dormir, cada um no seu quarto.

Decidimos que iria comigo de volta a Lisboa.

"Bem Ric obrigado por teres escolhido a Quinta das Figueiras. Agora que a Eva não está aqui na zona... não achas que é um pouco velha para ti?"

"Nada disso dona Isabel. Somos apenas amigos com bastantes interesses em comum, mas não do tipo que está a pensar."

"Não sei que dizer-te... Talvez da tua parte, mas da parte dela não estou tão segura. Bem, espero voltar a ver-te por aqui."

"Mas ela disse-lhe alguma coisa?"

"Nada. Não me disse nada e eu tinha que ter mantido a boca fechada. Sou uma burra!"

"Nada disso. Comigo pode falar à vontade sempre."

4. O começo de uma nova vida

"Ai que bom meu amor! Recuperar o filho que pensava ter perdido...e ter podido passar uma semana com ele!"

"Em tudo o que dele depender, não o perderás nunca mais."

Agarrei-lhe a mão e beijei-a com muito carinho.

"A Isabel estava um pouco estranhada com a nossa amizade."

"Sim. Hoje de manhã perguntou-me se não achava que tu eras demasiado velha para mim. Está convencida que somos namorados, ou que pelo menos tu está interessada em mim."

"Que lhe respondeste?"

"Que éramos só amigos, mas a ideia divertiu-me. A verdade é que para quem nos tenha visto durante esta estadia, essa era a impressão que dávamos. Andamos juntos todo o tempo, só nos faltou andar de mãos dadas e aos beijos cada duas por três."

"Sim... É normal que ela tenha pensado algo assim."

"Tens muita pressa de chegar?"

"Nenhuma. Quanto mais cedo chegarmos mais depressa deixo de te ver."

Respondeu Eva limpando algumas lágrimas que não conseguiu conter.

"Então vamos pela estrada velha, o mais perto possível da costa e almoçamos na zona de Sines. Espera, Podíamos ir comer uma caldeirada ao Safio (5), na Lagoa de Santo André. Que te parece?"

"Uma ideia ótima! Não conheço o Safio, mas gosto imenso de caldeirada. Já lá comeste?"

"Várias vezes. A caldeirada deles é das melhores que conheço... Ou era. Espero que se mantenha como antes."

Paramos o carro num parking que tinha uma espécie de toldos grandes de canas, para dar sombra.

Quando saímos do carro não me contive. Abracei-a e beijei-a apaixonadamente na boca.

Eva inicialmente foi apanhada de surpresa e deixou-se beijar, mas recompôs-se e separou-se de mim.

"Ric por favor..."

"Eva Maria... Perdoa-me, mas é-me indiferente que sejas minha mãe, minha tia, uma desconhecida ou o que sejas. Amo-te desesperadamente e sinto que sou correspondido. Estamos feitos um para o outro."

"Não Ric. Isto não está bem... Não nos podemos deixar caír em tentação. Vá vamos para o restaurante."

"Que bom Eva. Acabas de dar-me uma alegria."

Disse-lhe enquanto íamos a caminhando.

"Como assim?"

"Em nenhum momento me disseste que não me amavas. Só me deste razões morais, baseadas em preconceitos."

Eva não me respondeu.

Chegamos, havia pouca gente e o empregado veio logo atender-nos com uma lista na mão.

"É muito fácil meu amigo. Não necessitamos a lista. Uma caldeirada para dois. Disse à minha noiva que esta é a melhor caldeirada que conheço e espero que vocês não me deixem ficar mal."

"Isso está feito cavalheiro! Já verá que não. Querem alguma coisa antes? Isto vai tardar um bocadinho. Que tal umas ameijoas à marinheira, ao natural ou à Bulhão Pato?"

"Que dizes meu amor?"

Olhei-a profundamente nos olhos e Eva desviou a vista. Ficou vermelhíssima.

"À... À Bulhão Pato, se não preferires outra coisa."

"Isso está feito minha senhora!"

Saíu disparado, sem esperar a minha confirmação.

"Ric... Estás louco!"

"Sim meu amor. Louco de amor por ti. Olha-me nos olhos e diz-me que não é mútuo, se podes. Eva tu não queres separar-te de mim. Não digo que não haja uma componente maternal, mas essa é só uma pequena parte do problema. Amas-me como mãe, mas muito mais como mulher. O que te trava são os preconceitos. Estou equivocado? Não. Não desvies a vista. Responde-me."

"Meu Deus Ric... Não me ponhas nesta situação..."

Chorava baixinho.

Responde-me com um beijo! Dá asas à tua liberdade de amar! Nesta mesa ninguém nos vê; somos só tu e eu. Um beijo. Não estou a pedir muito.

Cantei-lhe:

"Apenas puedo vivir... Pensando si ella me quiere.

Si necesita de mí... Y si es amor lo que siente."

"Sí mi amor. Te quiero, te necesito y es amor lo que siento."

Surpreendeu-me respondendo num castelhano perfeito, com um pouco de acento português, o que lhe dava um encanto especial.

Beijou-me a boca. Um beijo fugaz, mas com muito sentimento.

"Bem meu amor. Agora sim estou feliz! Estamos os dois felizes. És uma valente. Contente?"

"Ric dás-te conta do que me estás a fazer? Que pretendes da nossa relação?"

"TUDO! Quero-te toda para mim! Quero viver contigo. Não podes ser a minha esposa oficial, mas quero que sejas a minha querida mulher! JÁ! Desde agora mesmo. Aposto que nos vamos levar muito bem, mas se não resultar... Separamo-nos. O que não quero sob nenhum pretexto é perder-te, nem que só te possa ter como amiga."

"Ric, sendo otimistas, imaginemos que tudo corre sobre esferas entre nós. Já pensaste que quando tiveres sessenta anos, se eu ainda viver terei setenta e seis?"

"Já pensaste que quando tiveres oitenta e cinco é bem provável que sejas viúva, por eu ter morrido com um cancro de próstata, ou de cólon?"

"Ai meu Deus! Não voltes a dizer uma coisa tão horrível."

"Eva, se eu viver para isso, esperemos que sim, estarei aí para te amar e cuidar com todo o carinho. Dezasseis anos não é tanta diferença. Provamos?"

"Ric, levamos nove dias desde que nos conhecemos. Isso que me propões não te parece uma Temeridade? Não devíamos conhecer-nos melhor antes de pensarmos numa coisa assim?"

"Não. Nós não somos um casal normal. Temos o vínculo mais forte que se pode ter. Nenhum de nós quer separar-se do outro. Olha-me nos olhos e diz-me se queres voltar a passar mais de vinte e quatro horas sem me veres. Responde-me!"

"Ric... Eu..."

"Eva! Sê honesta com nós os dois."

"Não Ric. Só me sinto feliz quando estou contigo."

"Como filho, ou como homem?"

"Ai Ric..."

O rubor da sua linda face dava-lhe um encanto especial.

"Eu não sou apenas um gajo simpático que conheceste há nove dias... Um flirt de verão. Sou alguém muito especial para ti. E não me vês somente como filho. Somos um típico caso de GSA. Somos irresistíveis um para o outro. Nega-o se quiseres, mas entre nós há uma comunicação especial! Somos dois rádios na mesma frequência, quanto a sentimentos. Diz-me que não desejas dormir comigo. Não da forma que o poderias fazer com qualquer outro homem. Não falo de luxúria. Falo do mais puro amor, onde o sexo não é o objetivo, mas acontecerá porque é inevitável. Desejamo-nos um ao outro porque nos amamos! O teu vínculo afetivo comigo nada tem que ver com outras situações. É outra dimensão."

"Meu Deus! És tão persuasivo!"

Continua...

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(1) Hotel fictício.

(2) Não existe essa repartição de Finanças.

(3) Restaurante fictício.

(4) GSA: Fenómeno absolutamente real.

Muita informação na Internet, que vale a pena ler.

(5) Praia fictícia.

(6) Restaurante fictício.

Canção Eva María (1973)

https://www.youtube.com/watch?v=PxTgJ3kgJuQ

Fórmula V (Fórmula Quinta)

Letra

Eva María se fue

Buscando el sol en la playa

Con su maleta de piel y su bikini de rayas

Ella se marcho y solo me dejó recuerdos de su ausencia

Sin la menor indulgencia Eva María se fue.

Paso las noches así

Pensando en Eva María

Cuando no puedo dormir

Miro su fotografía

Que bonita está bañándose en el mar tostándose en la arena

Mientras yo siento la pena

De vivir sin su amor

Que voy a hacer?

Que voy a hacer?

Que voy a hacer si Eva María se fue?

(Bis)

Apenas puedo vivir

Pensando si ella me quiere

Si necesita de mí

Y si es amor lo que siente

Ella se marchó y solo me dejó recuerdos de su ausencia

Sin la menor indulgencia Eva María se fue.

Que voy a hacer?

Que voy a hacer si Eva María se fue?

(Bis)

Eva María se fue

Buscando el sol en la playa

Eva María se fue

Buscando el sol en la playa

Con su maleta de piel y su bikini de rayas

Con su maleta de piel y su bikini de rayas

(Bis)

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