Paz Eletrónica 01 - Testes, Clara e Maggie

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Um inventor usa a eletronica ao serviço do sexo.
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Qualquer semelhança entre este relato e algum possível caso real é pura coincidência. O dispositivo de espionagem descrito não é real, mas existem alguns baseados no mesmo princípio de funcionamento.

Não há nenhuma cena de sexo com ninguém de idade inferior a 18 anos.

Pode parecer que é um relato autobiográfico, mas nada mais longe da realidade. É pura e simplesmente um pruduto da imaginação do autor.

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Antes de iniciar este relato, quero contar-vos algo sobre a minha pessoa. Como terão ocasião de concluir a longo deste texto, não sou um homem nada convencional. Tenho uma quantidade de virtudes e defeitos que, habitualmente não se encontarm juntos na mesma pessoa e alguns são até antagónicos.

Nasci em 1982, em Lisboa, do seio duma família abastada e desde muito novo, sempre me consideraram um indivíduo desconcertante. Na escola chamavam-me o pequeno génio. Sou realmente superdotado. Para quê negá-lo? Detesto a falsa modéstia e não é que ande por aí de megafone na mão a dizer que sou isto ou aquilo, mas neste relato, quero que os meus leitores saibam realmente como sou.

Quando se fala de gente com altas qualidades intelectuais, as pessoas imaginam o tipico indivíduo de óculos, ensimesmado, marrão, com dificuldades para se relacionar com as outras pessoas, ineptos para o desporto... Eu sou tudo o contrário. Nunca despertei invejas nos meus colegas, porque sempre ajudei toda a gente e nunca presumi de nada. O meu Q.I. supera os 170 e tenho uma memória fantástica.

Desde muito jóvem, as minhas paixões eram os barcos e a eletrónica, mais tarde os computadores. Curiosamente nasci com uma enorme habilidade para os idiomas. Falo fluentemente seis.

Outra das minhas paixões é a egiptologia, assunto em que não sou um expert, mas tenho conhecimentos muito acima da média.

Desde os meus catorze anos tinha já decidido que seria engenheiro naval, mas usava a eletrónica para me distraír e realizei uma enorme quantidade de projetos, quase todos concebidos por mim e alguns que já existiam, mas que aperfeiçoei.

Falando agora dos meus defeitos...

Desde muito pequeno, senti-me sexualmente atraído pela minha mãe. Numa família conservadora como a minha, se isso tivesse sido descoberto, nem imagino o drama que se podia ter montado!

A minha mãe faleceu há três anos com leucemia, aos cinquenta e dois anos de idade e tenho sobre ela dois sentimentos contraditórios, o que é horrível. Nunca superei a frustração de nunca ter tido nenhuma relação a nível sexual com ela, mas tenho um enorme remorso por tê-la desejado. Tenho um enorme desgosto por tê-la perdido.

Como os meus desejos eram completamente irrealizáveis, desviei a minha atenção para as mulheres a partir dos trinta, notem que isso começou aos meus oito anos de idade, portanto uma jovem de trinta e um anos, à parte de ser minha mãe, era para mim uma velha... Mas era o que eu gostava.

Outro dos meus defeitos é ter a arte de mentir de uma forma convincente e graças à minha memória e inteligência, sei evitar caír em contradições. Felizmente não tenho instintos criminosos, mas se tivesse, creio que seria capaz de cometer o crime perfeito.

Hoje, com trinta e dois anos, decidi pôr os meus conhecimentos de eletrónica ao meu próprio serviço, para ajudar-me a melhorar a minha vida sexual. Será depravado? É a pergunta que alguns de vocês, queridos leitores, estarão a fazer neste momento.

Como já disse, sempre adorei mulheres maduras. As minhas melhores relações, quanto à amizade e ao sexo, foram exatamente com mulheres maduras, de duração curta ou média, à exceção de Dina, de que falarei mais adiante, uma relação que ainda perdura. Mas isso não se encontra todos os dias.

É aí que pode entrar em ação a espionagem eletrónica, desta vez aplicada a coisas boas. Ajuda a decidir se vale a pena tentar, ou se há que descartar já a candidata e não perder nem um segundo com ela.

É certo que é um atentado à privacidade das pessoas e não vale a pena tentar mascarar a situação. No entanto, se isso ajudar a lograr o objetivo pretendido, se a coisa corre bem, é bom para ambos os intervenientes, a parte espiada sai também beneficiada e nem imagina como foi que a situação começou.

Seja como for, é ilegal. Totalmente! É moralmente reprovável? O assunto é complicado, porque é bastante subjetivo. Se houver intenção de prejudicar a pessoa espiada, é uma total indecência e eu nunca o faria! Por outro lado, se o espião saír beneficiado e o seu objetivo também, onde está a imoralidade?

Poderia dizer-se que é chegar aos resultados corretos por caminhos errados.

Uma coisa é certa. É um atentado à privacidade, porque se obtém uma quantidade de informação sem autorização.

O que realmente é importante é que nunca se use a informação obtida para prejudicar a pessoa e se o espião for uma pessoa decente como sou eu, esquece essas informações e não haverá prejuizo para ninguém.

Os governos usam coisas dessas e bem piores para fazer a guerra e controlar os cidadãos.

Quanto a mim, só uso isso para fazer o amor.

Aplica-se a frase make love not war.

Eu só uso essas técnicas, para melhorar a felicidade de mulheres carentes.

Vá lá... Chame-me cínico se quiser. Já sei que o faço por mim, mas sempre compartilhando o prazer com elas e tratando-as com respeito.

Se uso a informação para me meter na cama com uma mulher que também o deseja, onde é que está a imoralidade? Com isso tanto ela como eu evitamos perder imenso tempo... Há que não confundir ilegalidade com imoralidade. Quantas leis imorais conhecemos?

Quando resulta, a mulher passa a ser feliz e vai fazer o impossível para recuperar o tempo perdido. Se não for assim, é fácil. Acaba-se com a relação e amigos na mesma.

A minha primeira experiência sexual foi com uma mulher madura e aconteceu sem ter usado nenhuma técnica. Foi com uma cougar, três anos mais velha que a minha mãe, tinha eu dezoito anos e o mérito não foi meu.

Um pequeno parênstesis. Se uma mulher pode usar a sua intuição feminina e a sua capacidade para manipular, porque não posso eu usar a eletrónica e a informática?

Não sei como aconteceu, mas Dina deu-se conta do efeito que causava em mim, decidiu que tinha que me devorar e eu encantado por ser devorado.

É mãe de um antigo companheiro de curso no ensino secundário e na universidade, que felizmente nunca soube, nem imaginou o que se passava entre nós.

Eu ia muitas vezes lá para casa, para ajudar o meu companheiro com os estudos e um dia fui a sua casa sem saber que ele não estava lá, nem regressaria a casa nesse dia.

Ela mostrou-se invulgarmente amável, o que me estranhou imenso, insistiu comigo para entrar, agradeceu-me muito o que estava a fazer pelo filho, ofereceu-me um café e tinha tal arte para levar a água ao seu moinho, que quando me dei conta do que estava a acontecer, estava a ejacular na sua boca.

Dina era uma linda viúva de quarenta e quatro anos, ensinou-me tudo o que sei, sobre a arte de satisfazer uma dama. Hoje tem cinquenta e oito e continua a ser uma senhora muito atrativa e uma fêmea de bandeira!

Nunca nos zangamos. A relação desfez-se porque, ela casou-se e foi com o marido para outra cidade. De vez em quando ainda damos uma voltinha, mas muito raramente porque ela tem dificuldade em escapar-se e não pode arriscar-se a perder o que tem.

'Gosto de putos!' Dizia. 'Porque não sabem nada e posso moldá-los ao meu gosto. Os homens já feitos têm uma quantidade de defeitos adquiridos, muito difíceis, ou impossíveis de corrigir. Com toda a testosterona que têm os putos, se os ensinas a controlar-se, são insuperáveis!'

Diante do filho éramos extremamente formais um com o outro e ela comportava-se como uma destas senhoras que são comedidamente simpáticas, sem dar confiança a fedelhos.

Quanto a mim, assumia uma atitude tímida e respeitosa, sem intimidades de nenhum tipo. Nem me dirigia a ela ex ceto quando entrava para a saudar e antes de saír para despedir-me.

"Tenho a sensação de que a tua mãe antipatiza bastante comigo." Disse um dia ao meu amigo, para completar o cenário.

"Ela é bastante fria com a gente que não conhece bem. Não faças caso. De qualquer forma comentou-me que és educadíssimo."

Não voltei a falar-lhe dela.

A nível militar, o uso de dispositivos eletrónicos, usados como medidas e contramedidas eletrónicas, de defesa/ataque, espionagem, etc... Tem o nome genérico de Guerra Eletrónica.

Como eu só uso a eletrónica para fins pacíficos, dei a este relato o título aparentemete absurdo de Paz Eletrónica.

O que fabriquei e utilizei neste caso, foi um sofisticadíssimo microfone que capta sons a distâncias até duzentos e cinquenta metros, a que chamei LDM (Long Distance Microphone).

Se o leitor não estiver interessado em saber detalhes, salte o texto que está mais abaixo entre duas linhas.

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Descrevendo o meu dispositivo...

Pode ver-se na Internet que é possível usar um feixe laser para captar uma conversação à distância. Se o laser for IR (infravermelhos), as pessoas que estão a ser escutadas não vêm nenhuma luz e por isso nem imaginam o que lhes estão a fazer. Os problemas de instabilidade do dispositivo e a má qualidade do som que se nota nos casos mostrados em videoclips na Internet, não existem no meu sistema, porque é estabilizado e comandado por um complexo circuito eletrónico, que não desenhei, mas adaptei.

O ajuste do ponto luminoso era um problema porque o feixe é invisível, mas consegui resolver isso e gaças a um filtro, vejo-o no meu smartphone. O facto de não se ver o ponto de luz à vista desarmada, obriga a cuidados especiais, para não colocar acidentalmente, o feixe nos olhos de alguém e provocar-lhe lesões. Há que ter um dispositivo que transforme o ponto invisível em luminoso, para quem o estiver a utilizar. O meu sistema está todo colocado dentro de um livro ouco. Através do meu smartphone android, eu vejo exatamente onde está apontado e faço pequenos ajustes, através de dois microsservos que comandam os movimentos.

A construção sai barata. Menos de duzentos e cinquenta euros.

Isto é tudo o que posso revelar e já contei demais!

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Quando ficou pronto, fiz alguns ensaios.

Preparei uma mala Samsonite pequena para o meu material. Levava um livro verdadeiro, A leste do paraíso de John Steinbeck, exatamente igual ao que modifiquei para albergar o LDM. Também levava dentro o smartphone que tinha preparado, exclusivamente para usar com o sistema e uns auscultadores de meter no ouvido. Se houvesse algum problema, podia rapidamente mudar a escuta para uma emissora de rádio pressintonizada, com tão só premir um botão virtual... Um jornal do dia era também parte do cenário, para ser colocado casualmente sobre o livro, impedindo que se visse que havia coisas estranhas na lombada do mesmo. Obviamente não as tapava mas deixava-as na sombra e não se viam.

Sentei-me numa explanada, na mesa mais isolada que encontrei, pedi um café.

Coloquei o livro sobre a mesa, com o lado que tinha os orifícios, apontado para as costas de uma cadeira que, estava do outro lado de outra mesa, onde estavam duas senhoras de meia idade conversando. Era uma supefície de madeira polida boa para refletir o sinal e as duas senhoras estavam entre essa cadeira e eu, a uns dez metros de distância.

Coloquei o jornal sobre o livro, pelas razões acima explicadas.

Quase não tive que fazer ajustes no telefone e comecei logo a ouvi-las, inicialmente com ruido e distorção, mas em seguida filtrei esses ruidos parasitas e comecei a ouvir com uma fidelidade bastante boa. Com um segundo ajuste direcional do feixe do laser acabou a zoada das conversas de outra gente que estava noutras mesas. Tudo comandado desde o smartphone, com uma App que eu mesmo programei.

Falavam de uma receita de bacalhau da avó de uma delas, logo mudaram para os dramas habituais dos filhos que acabaram os estudos universitários, mas não havia emprego e chachadas do estilo.

O único interesse que tiveram e já não foi mau, foi poder verificar que o invento funcionava bem.

Depois comecei a escutar a conversa de duas jovens que estavam um poco mais longe. Essa teve mais piada.

Clara explicava a Branca como podia evitar as dores menstruais, usando um remédio caseiro que a sua tia Amélia lhe tinha ensinado e que funcionava bem. Depois discutiram sobre a possibilidade de Clara ir para a cama com um colega que lhe agradava muito, mas estava indecisa, porque ele tinha pouca maturidade e como seria a primeira vez, preferia um candidato mais maduro.

"Se eu te contasse quem me estreou a mim nem ias acreditar." Respondeu a amiga.

"Conta".

"Não posso. Tenho vergonha, mas foi delicioso. Se te agrada o puto nem penses duas vezes, ao fim e ao cabo, nas primeiras vezes nem vais gozar demasiado, porque tardas uns dias em ter a... a coisa desinflamada e suficientemente dilatada. Pelo menos comigo foi assim."

"Branca! Não me deixes com esta curiosidade. Não conto a ninguém. Quem foi o sortudo?"

"Juras?"

"Claro que juro! Serei totalmente discreta."

"Foi com o Alberto."

"Que Alberto? Não! O Alberto que eu estou a pensar? O teu..." Não se atreveu a continuar.

"Sim. O meu tio Alberto. Neste verão, numa praia isolada. Meu Deus! Se os meus pais ou a mulher dele descobrem... A ele capam-no e a mim exilam-me!"

"Ai que parva!" Clara ria-se à gargalhada, imaginado a cena.

"Lembra-te do que juraste." Dizia Branca, muito séria.

"Por mim ninguém vai saber. Está tranquila. Foi meiguinho?"

"Sim. Muito. Mas agora estou com um enorme problema. Apaixonei-me e creio que para ele eu fui só um troféu a conquistar e carne que só lhe interessa enquanto for fresca. O cabrão adora a mulher, mas gosta de mandar umas quecas por fora."

"Incesto com um gajo casado! Tu não bates bem."

"Sim. Casado, com dois filhos e 16 anos mais do que eu. Foi uma loucura, mas não estou arrependida e continuamos a ver-nos em segredo. Cada vez que me come faz-me vir várias vezes seguidas e já não posso passar sem ele."

"Tem a coisa muito grande?"

"Ahahaha! Tu és uma pervertida."

"Tu é que fazes essas coisas com o irmão casado da tua mãe e a pervertida sou eu."

"Tem dezassete centímetros e uma boa grossura. Não é demasiado grande, mas está sempre dura como uma rocha. Adoro chupá-la. Adoro o sabor do seu leite. Sempre acaba abundantemente na minha boca, porque não tomo nada e destestamos ambos essa merda dos preservativos."

"Dezassete centímetros é pouco?"

"Não. É normal, mas há homens com mais de vinte e três, ou isso leio na Internet e às vezes vejo cada um! Principalmente de negros. Isso até deve magoar. O caralho dele é uma maravilha."

"Que linguagem horrível! Como foi que o mediste?"

"Coloquei-lhe a mão em cima com a ponta do dedo médio encostada à ponta da cabeça e vi até onde chegava, quando estava bem dura. Depois em casa, medi com uma fita métrica."

"E ele a ti também te faz...?"

"Minete? Claro que sim! Faz-me uns minetes maravilhosos. Sempre me venho pelo menos duas vezes assim, antes de começarmos a foder. Agora quer comer-me ao cú e estou desejosa de provar, mas ainda não me decidi."

"Deve doer imenso, mas por acaso também tenho imensa curiosidade."

"Ele prometeu-me que não e é tão meiguinho que vou acabar por ceder. Vai dilatar-me primeiro com os dedos e um gel relaxante, com anestésico."

"Bem querida, tenho que ir para casa. Deixaste-me toda molhada, felizmente tenho um carefree. Já sabes qual é a primeira coisa que vou fazer, quando chegar." E ria-se.

"Uma boa punheta, claro."

"Que ordinária! Não. Vou só lavar-me e mudar de cuecas."

"Isso não o crês nem tu! Até logo. Boa punheta!"

"Na próxima vez tens que me contar como começou essa aventura... E sim, é mesmo isso que vou ter que fazer, senão rebento." Acabou por reconhecer Clara.

E separaram-se com um sorriso de orelha a orelha.

Guardei tudo. Estava com uma ereção terrível e uma dor de testículos, que não aguentava. Ouvir um relato como este e saber que é real, é mortal! Fui direto a casa e fui fazer o mesmo que Clara.

Estava satisfeitíssimo com o meu invento e depois de almoço fiz um pequeno ajuste na colocação do servo de inclinação vertical. Também ampliei orifício de saída do feixe laser.

À noite provei com as janelas de alguns vizinhos e ouvi discussõs de política, insultos, conversas de família, mas também várias cenas de cama dignas de ser gravadas além de uma cena de ciúmes entre dois paneleiros. Com essa fartei-me de rir.

No dia seguinte fui de novo à esplanada. A verdade é que desta vez não buscava maduritas, estava com muito interesse em estrear a Clara e satisfazer-lhe a curiosidade sobre o sexo anal. Dessa vez não tive sorte. Não estavam lá.

De repente dei-me conta de que estava obececado pela Clara e deixaram de importar-me as maduritas. Não é bem isso. Importavam-me sim, mas como segunda prioridade.

A Clara era uma moça que teria uns dez menos que eu, era muito bonita de cara, lourinha e tinha um corpo muito bem formado. Estava eu com estes pensamentos quando apareceram as duas.

A Branca explorou a explanada com o olhar e disse à amiga:

"Vem. Sentamo-nos ali."

Sentaram-se na mesa que estava ao lado da minha e colocaram-de quase de frente para mim.

Fotografei Clara com o smartphone, sem elas se aperceberem.

Não dava para escutá-las secretamente, nem iam falar de assuntos íntimos estando tão perto.

Notei que ambas me inspecionaram, embora de uma forma muito discreta.

Eu tinha o meu material todo guardado dentro da Samsonite e estava satisfeito por isso.

"Ai Branca ando cheia de problemas com o inglês. Não sei se o defeito é do instituto, ou se é meu, mas isto não anda. Estou bloqueada. Até me custa memorizar o vocabulário."

Abriu um caderno.

"Watermelon é abóbora, não é?"

"Não estou segura, mas parece-me que sim."

"Bem, vou escrever isso aqui neste exercício. É já o último que me falta."

"Não o faça." Disse-lhe eu com um sorriso.

Olharam as duas para mim, com um ar surpreendido.

"Desculpem-me. Não tive a menor intenção de escutar a vossa conversa, mas como não sou surdo, não pude evitar ouvir. Watermelon é melacia e abóbora é pumpkin."

"Muito obrigada." Disse Clara. "Devo ter mais erros aqui... Não me entendo com este maldito idioma."

"Se quiser que eu dê uma vista de olhos, faço isso com muito gosto."

"Não sei... Não quero incomodá-lo. Mas sim, se não se importa, agradeço-lhe imenso."

"Com muito gosto. Posso sentar-me na vossa mesa? Ou vocês aqui..."

Levantaram-se e vieram para a minha mesa.

"Esta é a Branca e eu sou a Clara. Muito prazer."

"Sou o Carlos. O prazer é meu."

"É professor de inglês?"

"Não mas tenho o Cambridge Proficiency e vivi uns anos no Reino Unido."

"Foi lá para estudar inglês?"

"Não. Sou engenheiro naval e trabalhei em Belfast e Southampton... Nuns estaleiros."

"Caramba! O /i>Proficiency! Eu estou cheia de problemas para obter o First. Já chumbei uma vez."

"Se quiser posso dar-lhe uma ajuda."

"Bem, deixo-vos com o vosso inglês. Vou encontrar-me com o Alberto. Telefono-te logo. Adeus Carlos. Foi um prazer."

"Clara e eu despedimo-nos dela e continuamos com o inglês."

Depois de mais de uma hora, cheguei à conclusão de que Clara não tinha grandes dificuldades em aprender, mas seguramente tinha maus mestres.

"Clara... Detesto o tratamento por você. Podemos tratar-nos por tu?"

"Claro! Também detesto estas formalidades idiotas dos portugueses."