Paz Eletrónica 02 - Senhora Castro?

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"Tão bom Carlos! Adoro o que me fazes. Adoro-te!"

Baixei gradualmente e fui beijando e lambendo. Estava agora no umbigo e vi com prazer que Clara estava quase completamente depilada. Só tinha uma pequena faixa de pelo, com meio centímetro de espessura, imediatamente acima do começo da rachinha da sua vagina.

Era lourinha aí também e exalava um aroma inebriante, muito suave e agradável. Lambi-a toda, desde o monte de vénus ate às virilhas, sem tocar nas zonas sensíveis da vulva.

Clara estava em brasa. Movia-se toda como uma gata no cio. Eu sabia perfeitamente onde lhe apetecia ser lambida, mas não o fazia, para levá-la ao desespero.

Queria que ela me pedisse o que queria, mas ela não se atrevia.

De repente satisfiz-lhe o desejo. Chupei-lhe o molhadíssimo clítoris.

"Ahhhhhhhhh... Sim... Mmmmmmmmmm..."

Clara estava inundada de fluidos vaginais e já se tinha formado uma mancha molhada no lençol.

Introduzi-lhe a língua profundamente na vagina. Toda ela tremeu e ficou com pele de galinha em todo o corpo.

"Carlos... Ohhhhhhh... Tão bom!. Amo-te! Adoro-te! Mmmmmmm..."

Abri-lhe a vagina com os dedos e vi o seu intacto hímen, que só tinha um pequeno orifício. Lambi-o.

Subi até à sua face e compartilhei com a sua boca os deliciosos fluidos, que inundavam a minha.

Clara literalmente comeu-me a boca, lambendo com gosto o seu delicioso néctar.

Abraçou-me quase com violência.

"Amo-te Carlos. Sinto muito, mas não posso evitá-lo. Não te preocupes... Não te vou pressionar nunca. Saberei desaparecer da tua vida quando quiseres."

"Clara... Não tenho nenhuma vontade de que desapareças da minha vida. Mas não nos precipitemos. O tempo nos mostrará os caminhos que devemos seguir. Limita-te a desfrutar o momento. Não confundas paixão com amor. Eu também sinto uma enorme paixão por ti, mas só o tempo porá as coisas no seu sítio."

Virei-a de barriga para baixo e retirei um frasco de óleo para bebé, de dentro da minha bolsa de viagem.

Comecei a massajar-lhe os ombros, o pescoço, meti as mãos por baixo do seu corpo e massagei-lhe os seios que tinham os biquinhos duríssimos. Encostei o meu peito às suas costas sem quase fazer peso. Depois continuei ao longo da coluna até chegar aos glúteos.

"Meu Deus Carlos! Sabes dar prazer a uma mulher."

"Sorri encantado com esta Vénus que me ía conquistando a pulso, centímetro a centímetro, com a sua inocência e sinceridade quase infantil. Ela era uma alma pura e só sabia dizer o que sentia."

Neste momento massajava-lhe os glúteos. Abri-lhe as nádegas subrepticiamente e passei-lhe os dedos, bem untados de óleo, pelo lindo e rosado orifício do ânus, usando as pontas dos dedos, quase sem a tocar.

"Mmmmmmmm... Ahhhhhhh..." Nem um protesto. Clara adorou a carícia.

Não havia nem um pelo. Somente a pele arrepanhada que circundava o orifício, que aflorei com a ponta de um dedo, sem forçar a entrada. Estava visivelmente virgem. Completamente fechado. Toda ela era rosada e bem cheirosa.

Então fiz a última coisa que Clara esperava. Lambi-lhe as bordinhas e sem aviso, mergulhei a língua no ânus, tão profundamente como fui capaz e movi-a dentro, em todas a s direções, enquanto lhe acariciava o ereto clítoris suavemente com os dedos. Era evidente que aí não entrara nunca nada.

Clara cheirava divinamente e estava impecavelmente lavada, como se se tivesse preparado para esta delicada cerimónia.

"AAAAAAHHHHHHHH! Mmmmmmmmmmm..."

Estalara num maravilhoso e sonoro orgasmo.

"Pára! Mais não. Não aguento mais. Morro de prazer. Vem!"

Deu a volta, ficou de barriga para cima e abraçou-me. Desfez o abraço e agarou-me o membro e os testículos com ambas as mãos.

"Meu querido! Adorei, mas tenho que descansar um pouco. Estou exausta. Nunca tive um orgasmo assim."

Voltou a abraçar-me. Senti uma enorme ternura por ela.

Virei-a de costas para mim, deitada sobre o lado esquerdo e abracei-a. Fiquei com o membro encostados aos seus glúteos, sem tentar penetrá-la. Nem sequer estava com nenhuma ereção. Nesse momento o meu sentimento era só de ternura, sem nenhum erotismo presente. Amor espiritual em estado puro!

Estava relaxada. Eu não tinha ainda ejaculado, mas estava também relaxado. Acariciei-lhe o cabelo e beijei-lhe o ombro direito com toda a meiguice. Clara suspirou numa manifestação de agrado. Acabou por adormecer e depois adormeci eu também.

Acordei às dezanove e quarenta e estávamos exatamente na mesma posição. Dei-me conta de que estava com uma potente ereção.

Pela respiração de Clara soube que estava acordada, mas não dizia nada.

Desencostei-me dela o suficiente para colocar o membro entre as suas perninhas e encaixei-o entre os seus pequenos lábios. Clara abriu um pouco as pernas, para me facilitar os meus movimentos. Estava molhadíssima. Coloquei a glande à entrada da sua vagina e empurrei um pouco, até ao ponto onde senti resistência, sem forçar a penetração.

"Mmmmm... É tão bom e ao mesmo tempo tão doloroso. Dói." Retrocedi talvez um centímetro. "Não tires. Assim está bem."

"Gostas?"

"Oh sim! És tão carinhoso. Carlos não quero que este dia acabe nunca."

"Nem eu meu amor... Quem nos dera que fosse possível!"

"Estás feliz comigo aqui?"

"Muito! És doce, linda, inteligente..." Voltei a aumentar um pouco a pressão. "Se doer diz-me."

"Doi um pouco, mas já sei que é inevitável. Acho que esta posição é a ideal para isto. É comodíssima e tu és tão meiguinho! Acho que senti algo rasgar e agora doi-me um pouco mais."

"Queres que tire?"

"Não. Faz sem medo. Sei que me vai doer, mas é só uma vez. AAAAAHHHHHHH!"

Foi a exclamação dela quando, num movimento rápido a penetrei até ao fundo.

"Desculpa minha querida, mas foi melhor assim. Tiro?"

"Não. Não te movas e não termines dentro. Aos poucos está a passar-me a dor."

"És regular nas tuas menstruações?"

"Sim, como um relógio. Vem depois de amanhã."

"Ou seja, hoje não és fértil."

"Não, mas não posso arriscar-me."

"Não tem perigo nenhum. Deixa-me fazê-lo até ao fim. Vamos adorar os dois."

"Tenho medo. E se fico grávida?"

"Não ficas, mas se acontecesse não te deixaria abandonada à tua sorte. Ou abortas, ou tens o teu bebé tranquilamente e com o meu apoio, de acordo com a tua vontade e sem nenhum tipo de pressões."

"Sim, Carlos. Até te creio, mas não quero abortar, nem ter um filho que cresça sem um pai ao seu lado. Quero ter um bebé junto do homem que eu ame e que me ame. Quero uma vida estável e sem sobressaltos."

"De acordo. Fica tranquila. Eu tenho um bom autocontrole e vou dar-te o teu orgasmo sem ejacular dentro. Tens a minha palavra." Comecei a mover-me lentamente.

"Doi-te?"

"Não muito, podes fazer mais rápido, mas por amor de Deus, não ejacules dentro."

"Clara teve o seu orgasmo e quando eu ia ejacular, retirei-me. Apertei-me contra ela e fi-lo entre a minha barriga e as costas dela."

"Sempre recordarei este momento, em que o primeiro homem da minha vida me tratou de uma forma tão linda e tão correta. Só por isso, sempre te vou adorar Carlos."

"Adorei este momento tão maravilhoso que me quiseste oferecer Clara. Que previlégio!"

Manchamos bastante lençol, com uma mistura de sangue e esperma.

De repente Clara viu a desgraça em que estavam os lençóis.

"Que vergonha! Amanhã nem conseguirei olhar para a empregada da limpeza."

"Julgas que és a primeira? Vêem isto de vez em quando. É uma suite nupcial. Nem fazem caso. Hoje queres jantar aqui no quarto ou damos uma volta e jantamos fora?"

"Tenho que ver como sou capaz de andar. Se estiver a coxear, não quero saír."

"Espera aqui querida. Já volto."

"Não me deixes aqui sozinha."

Olhava quase com pânico e não pude evitar rir-me cheio de ternura.

"Vou só preparar o duche e depois venho para te levar ao colo. Quando saires, já verás se podes andar bem."

O banho da suite era um verdadeiro luxo. Tinha um jacuzzi que preparei e deitei-lhe sais de banho, que havia na excelentemente equipada casa de banho.

Quando me aproximei para lhe pegar ao colo, beijou-me apaixonadamente.

"Por um segundo fui tão feliz, Carlos."

"Só um segundo?"

"Ou menos..."

"Porquê?"

"Tive a sensação de que me amavas. Senti-te tão perto de mim! Não digo só fisicamente..."

"Clara..."

"Desculpa. Sou muito romântica e não tinha o direito de dizer o que disse."

"Clara... Neste momento não te posso dizer nada. Não quero que tenhas falsas esperanças, mas..."

"Mas?..."

"Não sei. Não sei se o que tiveste foi só uma sensação. Nunca gostei tanto de ninguém como de ti. Temos que conhecer-nos melhor. Um erro de sentimentos, na paixão lúbrica do sexo, por vezes dá cabo da vida de duas pessoas e dos filhos que possam ter. Vamos para o jacuzzi."

Coloquei-a dentro do jacuzzi, que estava maravilhoso. Ficamos de frente, entre as pernas um do outro e os nossos sexos tocavam-se, sem penetração.

"Que bom. Nunca provei nenhum antes."

Estava verdadeiramente feliz.

"Clara!"

"Sim Carlos."

"Os namoros servem para as pessoas se conhecerem bem, antes de passarem à fase seguinte. Já te conheço há cinco meses, agora conhemo-nos num plano completamente distinto e tu excedes completamente as minhas expectativas em todos os sentidos. Aceitas formalmente ser a minha namorada? Se não resultar, amigos na mesma."

Clara, lavada em lágrimas, disse-me que nada a podia fazer mais feliz.

"Nunca imaginei que isto me pudesse acontecer, meu amor. Acho que me apaixonei por ti, no momento em que me explicaste a diferença entre watermelon e pumpkin. Talvez não fosse amor, mas a atração que senti, não podia ter sido maior."

"Exatamente como eu! Por isso dei-te uma oportunidade, quando me ofendeste com a tua desconfiança."

"Que parva fui!" Ria-se. "A minha amiga, quando lhe contei, ia-me matando e chamou-me tudo menos bonita."

"Sabes quem vai ficar louca de contente?"

"Quem? Bem... Sim. A Branca. Sempre me animou a tentar conquistar-te."

"Não me referia a ela. A Marina. Essa mulher nunca se engana com os juizos que faz. Viu-me nascer e conhece-me bem. De ti só fala bem e percebeu que não me eras indiferente. Já veremos se o que previu se verifica."

"E o que foi?"

"Carlos, ou muito me engano, ou estamos ante a futura Senhora Castro!"

"Disse isso?"

Olhava-me com uma expressão de assombro.

"Sim. Sei que a convidaste a ir à tua casa, e ela foi para te conhecer melhor. Protege-me como uma mãe. Como a minha mãe nunca soube, nem se procupou em fazer. Por isso a Marina nunca perderá o seu emprego, a sua segurança social, os seus seguros médico e de acidentes... Todas essas coisas a que os empregados domésticos não têm direito, mas que são da mais elementar justiça."

"Que te disse da minha humilde casa?"

"Que eras organizada, limpa e boa pessoa. Que tinhas uma casa modesta, mas muito decente e coisas do estilo. Também me disse que apostaria que estavas apaixonada por mim, mas que não eras uma caça fortunas."

"Sim. Encontrei-a casualmente no hipermercado e convidei-a a tomar um café. Somos quase vizinhas. Adora-te e contou-me imensas coisas a teu respeito, da tua infância e adolescência, do inteligente, sensível e boa pessoa que és... De como sempre te preocupas em ajudar os outros; foi aí que tive a certeza de que não vinhas a mim com intenções indecentes."

Clara acariciáva-me o sexo debaixo de água e eu estava de novo ereto. Levantou-se da banheira e touxe os dois roupões de tecido turco, imaculadamente branco e com as iniciais do hotel bordadas, enquanto eu desligava o jacuzzi e despejava a água.

Ali mesmo, ajoelhou-se sobre o fofo tapete que estava junto à banheira e fez-me uma deliciosa felação, não muito requintada, pela falta de experiência.

"Não terminaste dentro de mim na cama, mas vais fazê-lo agora na minha boca, meu amor."

"Soa muito bem, querida! Não preferes que nos sequemos e fazê-lo na cama?"

"Não. Aqui mesmo."

Fui dando-lhe dicas sobre como fazê-lo e ao fim de um quarto de hora disse-lhe que estava a ponto de me vir.

Acenou que sim com a cabeça e aumentou o ritmo até eu acabar na sua boca. Foi delicioso.

"Tão bom meu amor!"

"Gostaste? Foi também a minha primeira vez nesta especialidade. És tão gostoso!"

Riu-se toda lambuzada. Foi lavar a boca e os dentes.

"Não tiveste namorados antes?"

"Três."

"E nunca...?"

"Não. Só nos tocávamos. Raramente alguma masturbação mútua, mas nunca os deixei passar disso. Obviamente as relações duraram pouco."

"Porquê comigo?"

"Porque tu não tens nada que ver com esses fedelhos e porque me apaixonei por ti. E nada tem que ver com o teu dinheiro, se é que podes crer-me a mim e à opinião da Marina."

"Claro que te creio. Espera-me aqui enquanto vou a uma farmácia, volto rápido. - Disse enquanto me vestia."

"Não queres que vá contigo?"

"Não. Vocês mulheres tardam sempre mais que nós e é só ir à farmácia e voltar. Vi uma a cinquenta metros do hotel e quando eu voltar, já estarás pronta para saír."

"Está bem. Até já."

Felizmente era a farmacia de guardia (farmácia de serviço).

Comprei toalhitas húmidas para bebé, preservativos de alta qualidade, muito finos e sensitivos e um tubo de K-Y Jelly.

Quando saí telefonei a Maggie.

"Olá Maggie. Bem obrigado e tu? Ótimo. Telefono-te para informar-te que tive que me deslocar a Espanha com o meu irmão e só posso ver-te na quarta-feira. Não, nenhum problema. Agora tenho que desligar. Falamos na quarta. Um beijo."

Maggie intuia algo estranho e isso notava-se-lhe bem na voz. Notei-lhe alguma ansiedade.

"Voltei querida."

"Que compraste?"

Sorria. Que linda estava.

"Umas coisinhas que verás depois. Agora vamos saír um pouco. Estás dorida?"

"Não. Pensava que me ia afetar mais. Mas não creio que esteja para mais atividades hoje."

Andou à volta do quarto, para eu ver que não estava com dificuldades motoras.

"Damos uma volta e se quiseres vamos comer uma boa mariscada. São já dez horas, que é a hora a que esta gente começa a jantar aqui em Espanha."

Saímos do hotel e caminhamos uns trezentos metros.

"Ali está o restaurante que o meu amigo Paco uma vez me recomendou." El bogavante dorado.

"Bogavante. Que é?"

"Lavagante."

A comida estava excelente e Clara falava animada. Entrara com imensa naturalidade no papel de namorada.

"Como já te disse umas trezentas vezes, isto parece um sonho. Como é que uma pessoa insignificante como eu pode ter um namorado como tu! Quando pensares melhor, vais-me deixar abandonada."

"Sabes Clara, embora eu não te devesse dizer isto, porque posso estar a criar-te falsas expectativas, estou aqui contigo porque estou apaixonado por ti. Isso converte-te na pessoa mais importante da minha vida atual. Como nos vamos entender? Espero que muito bem, mas o namoro é como a corrida de descolagem do meu avião. Serve para nos pôr no ar. Mas às vezes há que abortar a descolagem. Espero que não seja o nosso caso. Qualquer um de nós pode, em dado momento, chegar à conclusão de que o outro não é exatamente o que pretende. Deixemos correr o tempo e sejamos realistas em relação a esse problema. O que não podemos é forçar nada. Uma separação de namorados, ou mesmo de noivos, é incomparavelmente menos traumática, que um divórcio e mais ainda se houver filhos."

"Isso é verdade. Temos que ser muito honestos um com o outro."

"Queres ir amanhã a Santiago?"

"Gostava muito. A que distância fica?"

"Setenta e tantos quilómetros. Menos de uma hora de carro. Outra coisa. Queres ficar até terça-feira comigo aqui?"

"A sério?" Até os olhos se lhe riam e deu-me uns dez beijos. "Contigo fico até no inferno! É como uma pequena lua de mel."

"Quando chegarmos, aviso a receção e amanhã telefono à Marina, para que fique em casa. Sempre lhe pago o mesmo, esteja ou não esteja."

"Que sorte tem ela contigo."

"E eu com ela. Se a nossa relação chegar a... Já sabes. Nunca a vou despedir."

"Claro! Nunca deixaria que o fizesses. Aprecio-a muito e estou em dívida com ela. Sempre a tratarei com amizade e muito respeito, passe o que passe. Sei o poder psicológico das empregadas que sempre trabalharam para a mesma família e ela só usou essa influência a meu favor."

"Influência?"

"Sim. A opinião dela pode não ter sido determinante, mas para ti, seguramente foi um argumento de peso."

Olhei-a e não disse nada. Era verdade.

"Que queres de sobremesa?"

"Estou cheia! Quero só um chá verde."

"Boa ideia. Eu também. - Fiz o pedido e continuamos a conversar."

"Tenho reparado ao longo destes meses que és bastante culta, embora até ao momento não soubesses idiomas. Não é habitual em pessoas..."

"Tão pobres." Completou Clara. "Nem sempre fui pobre. Fiquei sem os meus pais bastante cedo devido a um acidente de carro e viviamos razoavelmente. Isso piorou muito as minhas condições de vida."

"Não queria dizer isso. Perdoa-me Clara."

"Não te preocupes. É a verdade. Vivo com dificuldades, mas com dignidade. Sou muito controlada nos meus gastos, mas aguento-me bem. Com este novo emprego a coisa vai melhorar."

"Por favor, Clara, não te quis ofender."

"Não me ofendeste. É como dizes. A pobreza é inimiga da cultura, mas no meu caso é um pouco diferente. O meu pai tinha uma boa biblioteca, que herdei, e sempre li imenso. Tive que deixar os estudos, mas não sou a típica inculta. Já os verás, quando fores à minha casa."

"Tudo vai mudar a partir de agora, já verás."

"Não sei o que queres dizer, mas não tenciono viver à tua custa, mesmo que cheguemos a... Já sabes."

Riu-se divertida, por se ter expressado como eu o fizera antes.

Paguei e regressamos ao hotel.

Pelo caminho beijou-me apaixonadamente.

"Amo-te Carlos!"

"Estou louco por ti Clara. Vem comigo."

Levei-a a uma enorme zona comercial, que tinha todo o comércio aberto até mais tarde.

Olha que conjunto lindo. Que bem te deve ficar. Entremos.

"Não Carlos. Não me posso dar a luxos desses. Nem me faz falta. Achas que estou mal vestida."

"De maneira nenhuma! Sem luxos, mas impecável. E a tua beleza completa o conjunto. Mas vem comigo. Esses jeans, essa blusa e esse blusão de pele vão ficar-te a matar! Entra quero que proves."

"Mas..."

"Vem."

Foi ao provador com a roupa. Estava assustada com o preço.

"Quando saiu estava deliciosamente bela."

"Uau! Isso está feito para ti. Que tal te fica quanto a medidas?"

"Como uma luva... Menos o preço."

"E gostas?"

"Sim, mas está fora de questão."

Enquanto ela se mudava de novo, paguei à empregada discretamente e disse-lhe que não dissesse nada.

"No le diga nada, que es una sorpresa para mi novia."

"Tranquilo caballero. Ya lo empaqueto todo y se lo guardo, hasta que venga a recogerlo. Cerramos dentro de media hora."

Clara veio do provador e entregou tudo à empregada.

"Bem querida, então não queres?"

"Claro que não."

"Bem então vamos dar uma volta pelas lojas aqui ao lado e depois vamos para o hotel."

Uns quinze minutos depois, ao passar de novo pela loja, fui buscar as coisas.

"Para a minha querida namorada, com todo o meu amor."

"Mas... Eu... Carlos!"

"É o ideal para vestires amanhã. Não te zangues. Deixa-me ter este pequeno prazer."

"Obrigada meu amor! Nem sei que dizer. Isso foi caríssimo."

"Não digas nada. Fica-te muito bem e adoro ver-te com essa roupa. Já vejo que no futuro tenho que ser eu a ir comprar roupa contigo."

"Incrível Carlos! Estragas-me com mimos. E os homens detestam ir à compras com as mulheres."

"Mas nem eu sou um homem convencional, nem tu a típica mulher com quem não se pode ir às compras."

Chegados ao hotel informei na receção que pretendia ficar mais duas noites, mas que pagaria a tarifa completa da suite, nessas duas noites extra. Não queria abusar da amabilidade de Julán.

"Enfim de novo na nossa querida suite!"

Disse Clara com um sorriso que mostrava bem a sua felicidade.