DIANA - Um Amor Ilícito?

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Escrevi-lhe:

Amo-te! És o oxigénio do meu espírito! Se me faltas morro de tristeza!

Respondeu-me silenciosamente com o gesto de um beijo e um sorriso sensual, com os olhos semicerrados.

"Também me disse que o tio Júlio tem ciúmes de mim. Acha isso possível?

ISSO É FALSO! Completamente falso! Sente-se muito debilitado e o facto de ter perdido a sua capacidade sexual, fá-lo sentir-se muito inseguro. Tem ciúmes de um enfermeiro que é muito simpático, mas que nunca teve nenhuma atitude imprópria comigo, mas de ti nunca disse nada! Ao contrário! Adora-te e está orgulhosíssimo do inteligente e culto que és! Estas mulheres são uns monstros! Umas degeneradas!"

"Sim tia Diana! Umas odiosas, feias, gordas, velhas de espírito, ordinárias e têm desde sempre uma terrível inveja de si, pela sua beleza, simpatia, juventude, inteligência, preparação e categoria! Tia Diana, eu a si admiro-a profundamente e espero um dia encontrar uma mulher do seu estilo, mas não tenho nenhum sentimento impróprio por si."

"Eu sei filho. Uma mulher sabe detetar essas coisas e precisamente tu nunca mostraste nenhum indício... São sujas! Desprezíveis! Não sabem distinguir uma relação de amizade de... Outras coisas. Não te preocupes."

Entretanto escrevera-lhe outra nota.

Dava uma semana de vida para poder saborear o néctar da tua vulva! AGORA! Dá-me um pouco.

Diana meteu uma mão debaixo da saia, afastou um pouco a cuequinha, meteu dois dedos entre os pequenos lábios da sua maravilhosa vulva e introduziu-os profundamente na vagina. Depois deixou-me chupá-los.

Meu Deus! Que aroma e que sabor! Pensei.

"Mas tia! Como poderia eu não procupar-me? Imagine que vão com essa conversa ao tio Júlio! Podem estar a fazê-lo neste preciso momento! Podem provocar-lhe um infarto e pode morrer amargurado, convencido de que nós o atraiçoamos, ou pelo menos ficar na dúvida. Nem ele nem nós merecemos isso! O pobre merece morrer tranquilo, sentindo-se amado pela sua maravilhosa mulher e pelo seu querido sobrinho, que é a única verdade que há aqui! Apetece-me ir à sala e corrê-las todas a bofetada limpa! A minha mãe incluida!" A minha indignação parecia autêntica.

Diana estava morta de riso, adorou a frase "a bofetada limpa", expressão que desconhecia, estava excitadíssima por ver-me chupar os seus fluidos, foi-me dando mais e eu continuei a chupá-los deliciado! Levantou o polegar da outra mão em sinal de aprovação.

"Hahaha! Estou furiosa, mas agora fizeste-me rir. A bofeteda limpa! Que boa! Adorava assistir."

"Sinceramente não sei de que se ri. É o que me apetece fazer, tia Diana! Corrê-las à chapada, que é o que merecem! PORCAS!" Quem ouvisse a gravação, acreditaria que eu estava capaz de as matar.

"Olha meu filho, sinto muito, mas depois do que me contaste, estou tão revoltada com a injustiça que nos estão a fazer aos dois, que não me sinto em condições de continuar aqui. Quero ir já para casa." Já não se ria.

"É compreensível tia Diana. Como vieram?"

"De taxi."

"Vou levá-los no meu carro."

"Obrigada querido. És um anjo! Amanhã o teu tio vai estar em casa. Se quiseres vem almoçar e falamos de Shakespeare depois de almoço. Não quero receber-te em casa quando ele estiver no hospital... Não é por ti, mas se estas degeneradas descobrissem que tínhamos estado sozinhos, sei lá o que inventariam a nosso respeito. E tu tens razão. Não o quero mais tempo sozinho com elas ali ao lado. Que víboras!"

"Pior que víboras, tia Diana. Pior que víboras! Nem posso trazer a Lara a casa e apresentá-la. São uma vergonha e sei lá que numerito podiam montar. À parte de que são umas incultas."

"E vai-te bem a relação com a Lara?"

"Levamos pouco tempo. Adorava ser seu filho tia Diana. Acho que a tia ia gostar da Lara e ela de si."

De repente e sem aviso apareceu a minha mãe com uma bandeja com chá, leite e scones.

Levantámo-nos.

"A tia Diana quer ir já para casa." Disse-lhe com ar grave.

"Não bebes antes um chazinho Diana?" Toda ela era sorrisos de falsidade.

"Não, muito obrigada." O seu semblante era convincentemente triste.

"Aconteceu alguma coisa?"

"Contei-lhe tudo sobre o teu cinismo e o teu veneno sem fundamento. Teu e dessa megera da tia Cecília. Vou levá-los a casa e esta noite durmo em casa do meu pai."

Diana foi ter com o marido.

"Vamos meu amor. O Edu leva-nos a casa."

"Estou a tomar o meu chá." Disse Júlio com a sua voz sumida.

"Sim meu querido. Sem pressa. Mas quando acabares vamos!"

"Mas... Já? Não quero ofendê-las."

"Não te preocupes, que as ofendo eu." Eu não acreditava nos meus ouvidos. A felina Diana mostrava as garras.

"Diana... Que dizes?"

"Vocês são umas harpias, umas víboras e uns seres desprezíveis. Não voltem a dirigir-me a palavra. Quando quiserem ver o vosso irmão, terá que ser no hospital, quando ele for fazer os tratamentos. Se aparecem na minha casa, corro-vos pela escada abaixo com a esfregona encharcada em lixívia! E nem assim vou poder desinfetar-vos! NOJENTAS! DEGENERADAS!"

"Mas Diana..." Disse Júlio com a voz sumida.

"A tia Diana tem toda a razão, tio Júlio. Amanhã vou a sua casa, para pôr o assunto em pratos limpos. Terei que contar-lhe o que estas serpentes venenosas inventaram. Tem que ver com a honra da tia Diana, de quem têm uma inveja doentia, e com a minha. Tudo montado e sem o menor fundamento, por estas intriguistas indecentes, sem ecrúpulos, a minha mãe incluida! Não respeitam nada nem ninguém. Cabras!"

A minha mãe e a tia Fernanda choravam agarradas uma à outra. Ao tio Júlio tinham muito respeito.

A minha tia Cecília, a pior das três, enfrentou Diana.

"Vou desmascarar-te CABRA! Posso ver o teu telemóvel ou tens medo?"

"Não tenho que te mostrar nada, mas como não tenho nada que ocultar, vou-te fazer engulir as tuas próprias palavras. Aqui tens." Disse-o com muita calma.

Fiquei orgulhosíssimo. Diana era toda finura e classe.

Cecília começou a ver a agenda, a lista de chamadas feitas e recebidas.

"EU SABIA! EU SABIA! Balbina! Vem! Olha aqui! EDU! Aqui está!" Dava pancadas com o indicador direito no ecrã do telefone.

"Efetivamente! Como é possível Edu?" Perguntou-me a minha mãe desconsolada.

Júlio olhava-me baralhado e sem saber que pensar, mas em silêncio.

Por causa de alguma possível desconfiança de Júlio, Diana combinara com Eduina que se algum dia a chamasse e começasse por dizer "Pois..." Eduina começaria com uma conversa completamente inócua para despistar qualquer desconfiança, atuaria como se não me conhecesse de lado nenhum e Diana teria o telefone em mãos livres.

"Edu põe aqui o teu telemóvel. Ou tens medo?" Cecília estava desafiante e feliz!

"Medo de quê? Não entendo nada, mas está bem." Pus o meu telemóvel sobre a mesa, porque me interessava seguir-lhe a jogada.

"Tu Diana, chama a este número, este que põe 'EDU', se tens coragem." O tio Júlio continuava a observar de longe sem abrir a boca.

"Está em mãos livres Cecília. Convido-te a carregares tu no botão que quiseres."

Diana sorria.

Cecília carregou no botão de chamada, esperando ouvir o tom de chamada no meu telemóvel.

"Alô!" Uma voz de mulher.

"Pois... Desculpe não sei se me enganei de número."

"Diana?"

"Sim Edu. Tinha o telefone em mãos livres e não me parecia a tua voz. Desculpa que te incomode. Lembras-te do meu telefonema de ontem?" Cecília começou a mudar de cor.

"Ai querida! Mil desculpas. Esqueci-me de te comprar o frasco de Nescafé. Mas deixa que to compro hoje quando for ao Pingo Doce e levo-to a casa." Edu era genial a improvisar.

"Deixa Edu, não compres. Estou em casa de uma cunhada e há um supermercado mesmo aqui ao lado. Peço ao meu sobrinho Edu que mo compre e falo contigo amanhã."

"Edu? Como eu? Não me digas que tens um sobrinho Edu!" Ria-se. "Como se chama? É giro?"

"Eduardo. E sim! É giríssimo! Mas não tenhas ideias. É um jovenzinho sete anos mais novo que tu... Bem Eduina falamos amanhã. Já te contarei a estupidez deste telefonema. Um beijo."

Desligaram.

O tio Júlio olhava para a irmã e para mim. Abanava a cabeça indignado. Recordou o que eu lhe dissera antes e entendeu tudo. Ele gostava muito das irmãs, mas conhecia-as bem. Toda a vida tinham sido assim, sobretudo Cecília.

"Já viu tio Júlio? O plano para destruir a reputação da tia Diana e a minha." Ele acenava que sim.

"Indecente! Vamos Diana." Ainda conseguiu dizer. Nem olhou para as irmãs.

A coisa tinha corrido ainda melhor do que nós esperávamos.

"Agora vou meu querido. Satisfeita Cecília? Já conheceste a minha amiga Eduina... Edu para as amigas. Que é que achas da figura triste que acabas de fazer? Que é que querias demonstrar?"

Cecília estava escarlate e gritou a Diana.

"CABRA! ÉS UMA CABRA! Não sei que truque fizeste, mas não penses que me enganas."

Cecília avançou de mão levantada, para dar um bofetão a Diana.

Eu agarrei-lha e apliquei-lhe uma chave, até ela cair no chão desamparada. Não a ajudei a levantar-se.

"NA MINHA TIA DIANA NÃO TOCA NEM DEUS!"

"AI O MEU BRAÇO! BRUTO! MALTRATADOR DE MULHERES!"

Julio nesse momento teve um ataque de ansiedade e tivemos que chamar o 112.

Tardaram vinte minutos em chegar, estabilizaram-no e finalmente levaram-no.

"Tia Diana. Venha comigo. Vamos vê-lo ao hospital."

"HEIN? QUE SORTE EDUARDO! Que bela oportunidade para estar a sós com a tua eleita." Disse Cecília.

Aí passou-me uma coisa má pela cabeça.

"CALE-SE SEU ESTUPOR! SUA CRIMINOSA! FAÇO-A RESPONSÁVEL PELO QUE ACABA DE ACONTECER AO MEU TIO!" Gritei.

Peguei numa cadeira e destruí-a violentamente, com um estrépito medonho, contra a caríssima mesa de raíz de nogueira polida, que era o orgulho da minha mãe, danificando-a bastante, tal como o luxuoso lustre da sala, que fora atingido por uma perna da cadeira, na sua trajetória a caminho da mesa. Espalharam-se peças de cristal da Boémia pela sala. Algumas intactas, mas a maior parte partidas.

Cecília saiu correndo em pânico, e agarrou-se às duas irmãs.

Estava apavorada, porque a cadeira lhe passara a menos de trinta centímetros da cabeça.

"Está louco!" Ainda conseguiu dizer, mas em voz baixa.

"Que TRIO DE MERDA me tocou como família, caramba! Nojentas! Subprodutos de material genético adulterado! Não se aproveita uma!" Disse eu olhando para as três.

Diana estava consoladíssima, mas fingiu que estava muito incomodada.

"Deixa-as Edu, vamos ver o teu tio." Disse com voz apagada.

"Quero ir com vocês ao hospital!" Disse a minha mãe.

"NÃO! Vou sozinho com a minha eleita!" Como lhe chama a outra degenerada.

Nessa mesma noite fui para um apartamento do meu pai, que estava vazio e ele disponibilizara para mim. E passou a dar-me uma mesada boa, até que eu acabasse o curso e começasse a trabalhar.

No dia seguinte fui a casa da minha mãe buscar toda a minha roupa e objetos pessoais.

"Edu... Temos que falar."

"NÃO! Esqueça-se de que eu existo. Entretenha-se inventar merda com as outras duas harpias."

Saí porta fora, sem sequer lhe dar um beijo, nem dizer boa tarde. Não a informei da minha nova morada.

O tio Júlio faleceu três dias depois, felizmente com toda a confiança na sua amada esposa e no seu querido sobrinho, mas dececionadíssimo com as suas irmãs Cecília e Balbina.

Como diria um católico, Deus escrevera direito por linhas tortas.

Durante o funeral estive sempre ao lado de Diana, sem nenhum tipo de intimidade e sem tocar-lhe. Havia que manter o cenário de sobrinho ideal e formal.

Às outras, a minha mãe incluida, não as cumprimentamos.

Dirigi-mo-nos às minhas primas, mas elas puseram-se atrás das velhas para não nos falarem.

Depois fui ao pé da minha tia Cecília e Diana acompanhou-me, mas nada disse, tal como eu lhe pedira.

"Você sua degenerada, deveria estar cheia de remorsos. Aqui tem o resultado do que provocou na semana passada, com a ajuda da sua irmã Balbina. Mas felizmente o seu irmão ainda teve tempo de ver que a sua esposa e o seu sobrinho eram inocentes das suas sujas acusações e também viu a classe de serpentes que vocês são. Continuem a dormir tranquilas se puderem."

"Tia Fernanda, a tia é inocente neste assunto. Afaste-se delas, ou pelo menos não se deixe influenciar."

Diana e eu afastámo-nos, deixando as três irmãs a chorar.

Uma semana depois o meu pai informou-me que a minha mãe lhe telefonara para tentar saber a minha nova morada. Ele respondera-lhe que se eu não a tinha informado, as minhas razões teria. Obviamente não a informou.

Diana veio viver comigo uma semana depois da morte de Júlio e tinha intenção de pôr a sua casa à venda.

"Edu..." A sua expressão procupou-me.

"Algum problema meu amor?"

"Espero que não, mas não quero iniciar uma vida em comum contigo, sem antes te confessar algo."

"Grave?"

"Não sei Edu. Para mim não, mas não sei como regirás. Em qualquer caso tens direito a saber."

"Sou todo ouvidos."

"Não estranhaste que me tenha metido na cama contigo pouco mais de 24 horas depois te me teres confessado o teu amor?"

"Agora que o dizes... Sim. Estavas até com mais pressa que eu, o que não é muito habitual em vocês as mulheres."

"Eu estava louca de desejo, mas o que é importante que saibas, é que não me meti na cama contigo porque tu eras o macho que tinha mais à mão. Era exatamente contigo que queria fazê-lo e por amor!"

"Nunca duvidei do teu amor. Mas continua..."

"Manipulei-te por amor. Quando tivemos aquela conversa no jardim, consegui conduzir a conversa para levar-te a dizer-me que sentias por mim. A tua ingenuidade, sinceridade e sensibilidade derreteram-me o coração e tornaram-me tudo muito fácil. Eu sentia que me amavas e decidira que faria todo o possível para te conquistar, porque estava já muito enamorada de ti e desejava imenso fazer amor contigo. Mas não foi um jogo limpo, porque foi tudo premeditado. Eu sabia a hora e o caminho que seguirias quando viesses da universidade. Tentei isso umas quantas vezes e finalmente nesse dia acabou por dar certo. Se não me tivesses convidado para irmos para o jardim, tinha-te convidado eu eu."

"Pois bem hajas! Fizeste de mim o homem mais feliz do mundo! Adoro uma mulher que sabe conseguir o que quer. O que me contaste não altera nada para mim. Continuo a ter-te no mesmo pedestal, mas acabo de acrescentar-lhe mais um bloco de mármore para ficares ainda mais alto."

"Edu este é um momento de verdade. Tu realmente pensaste em suicidar-te por mim?"

"Sem dúvida e é mesmo verdade que estive a um milímetro de ir direto à ponte, sem passar pela casa da Edu. Se me tivesses ocultado os teus sentimentos um dia mais, a esta hora eu não estaria aqui contigo. Sabes Diana, mesmo neste momento e depois de tudo o que vivemos juntos, duvido que tu tenhas consciência da dimensão do meu sentimento por ti."

"Agora estou tranquila e sim tenho plena consciência disso."

"Agora sou eu que tenho algo a dizer-te Diana. Cuida muito da tua saúde e faz todo o possível por viver muitos anos."

"E porque me dizes isso?"

"Porque se morreres antes de mim, não tardarei mais de dois minutos em estar do outro lado contigo. Sem ti, a minha vida não tem nenhum sentido. Diretamente não a quero e terei que ir-me. Não quero sentir-me perdido neste pobre planeta, que é como ficarei se tu desapareceres."

Abraçou-me e tivemos uma tarde de luxúria.

No primeiro aniversário da morte de Júlio, elas convocaram-nos a Diana e a mim por separado, para ir a casa da minha mãe, '... para falarmos e tentar arranjar as coisas, porque somos família...', blablabla...

Havia seis meses que Diana e eu vivíamos juntos, na mais intensa felicidade, mas elas nem imaginavam, entre outras coisas porque não sabiam onde vivíamos e tanto Diana como eu não lhes atendíamos o telefone. Os convites foram feitos por SMS.

Aparentemente nada sabiam da nossa relação, nem a anterior, nem a atual.

Era evidente que as tínhamos enganado com a gravação.

Estacionei o carro numa rua paralela, para não verem que vínhamos juntos.

"Diana dá-me o teu anel de noivado. Vamos fazer outra encenação. Vou pedir-te em casamento diante delas."

Coloquei o anel no respetivo estojo e meti-o num bolso do casaco.

"Hahaha! Tens uma lata! E lembras-te de cada uma! Quase chego a ter pena delas." Diana estava divertidíssima.

"Boa tarde." Cumprimentei com cara de funeral.

"Vocês vêm juntos?" Perguntou a tia Cecília com ar inquisidor.

"Às vezes há coincidências." Respondi friamente.

Aproximaram-se as três e as respetivas filhas, para nos dar um beijo a Diana e a mim.

Estiquei o braço com a palma da mão na vertical em atitude de: ALTO AÍ!

"Nada de beijos. Digam o que têm que dizer e depois já veremos se continuamos a conversar..."

Diana pôs-se atrás de mim para elas entenderem que também não queria beijos.

A minha prima Manuela falou comigo.

"Gostava de saber o que é que nós as tuas primas te fizemos, se nem sequer estávamos aqui naquele maldito dia."

"Explico-te. No dia do funeral dirigi-me a vocês para vos cumprimentar e vocês que fizeram? Afastaram-se para o pé do trio maravilha, evitando-me. E à Diana, nem lhe deram os pêsames."

"À tia Diana! É o que querias dizer, não?" Observação da minha mãe.

Fiquei indignado e ia ripostar, mas de repente tive uma ideia melhor. Muito melhor!

"Tia Diana, perdoe-me pela minha falta de cortesia, que a minha mãe, oportuna como sempre, assinalou. E para a corrigir o meu erro, permite-me que lhe dê um beijo como forma de desculpar-me?"

"Como poderia recusar?... meu cortês e educadíssimo sobrinho!" Disse com ar teatral.

Agarrei-a pela cintura, puxei-a para mim e beijámo-nos apaixonadamente.

Silêncio total, nos primeiros quinze ou vinte segundos.

"Cabra! Nunca me enganou! Esta mulher é uma desavergonhada!" Vociferou Cecília.

"Como se atrevem a beijarem-se assim na minha presença?" Foram as palavras da minha mãe.

A tia Fernanda estava de boca aberta como um peixe, mas não disse nada.

"Que queriam? A Diana é viúva há um ano, eu sou um homem livre e amamo-nos. Que esperam de nós?"

"Isso é incesto!"

"Tia Cecília vejo que além de continuar a ser a mesma megera de sempre, continua estúpida como uma bota, à parte de ignorante."

"OHHHHH!" Exclamaram as duas filhas.

"A Diana não é do meu sangue. Era a esposa do meu tio e hoje é uma mulher livre. Onde é que está o incesto? De qualquer forma, para que vocês suas ignorantes aprendam, mesmo que fosse incesto, seria completamente legal neste país, porque somos ambos maiores de idade e nenhum dos dois está a fazer nada contra a sua vontade. Só não poderíamos casar-nos sem uma autorização especial de um juiz. Assim é a lei portuguesa, para tios e sobrinhos, ou primos direitos entre si. Já vê tia Cecília... Eu podia ser tranquilamente seu amante, ou mesmo da minha mãe, que a lei não nos tocava, unicamente não permitiria que nos casássemos."

"Ohhhh! Como ousas...?"

"Traquila! Não ouso nada e nunca me ocorreria a ter essa falta de gosto, mas vocês são tão curtas de mente, que tive que buscar um exemplo que os vossos minúsculos cérebros conseguissem entender. Um exemplo escabroso, que é a vossa especialidade."

"Bem... Afinal não estávamos tão desencaminhadas." Disse a minha mãe.

"Não diga asneiras! Eu sim, estive sempre apaixonado pela Diana, desde os meus dezoito anos." Voltei a beijá-la nos lábios.

"OHHHH!" Exclamaram as três ao mesmo tempo.

"Não terminei. Ela nunca o imaginou até há seis meses atrás, quando lhe confessei o meu amor e começamos a ver-nos com regularidade. O único crime de que me podem acusar é o de a ter amado na época em que não devia, mas isso estava bem guardado na minha alma. Sempre a respeitei como esposa do tio Júlio, engulindo o meu desgosto, porque era suficientemente íntegro para não tentar traír o meu tio. Nem teria ido a nenhuma parte, porque a Diana é uma Senhora com maiúscula! Uma Senhora decente que amava o seu marido, a quem foi fiel ATÉ VÁRIOS MESES DEPOIS DA SUA MORTE! Verdade meu amor?"